(Artigo atualizado com atualização do número de feridos)
Pelo menos seis pessoas morreram e quase ficaram feridas em duas explosões perto de esquadras de polícia em duas cidades turcas, Elazig e Van, separadas por 500 quilómetros. Os ataques aconteceram entre a noite passada e esta manhã e em cada um dos incidentes terão morrido três pessoas.
O primeiro ataque aconteceu na cidade de Van, perto da fronteira com o Irão, por volta das 23h00 locais (1h00 em Lisboa). Três pessoas morreram e 73 ficaram feridas na explosão de um carro armadilhado perto de um posto da polícia, de acordo com a agência de notícias turca Anadolu. Entre os mortos encontra-se um agente da polícia e dois civis.
Video: Blast in Van, Turkey, caught on camera at a wedding ceremony, 3 killed, 40 injured pic.twitter.com/c7OQocdmKF
— JAAG TV (@JaagAlerts) 18 August 2016
O governador da cidade de Van, Ibrahim Tasyapan, atribuiu a autoria do ataque ao PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão), e avançou que um dos suspeitos foi detido após o ataque.
O segundo ataque aconteceu já esta manhã na cidade de Elazig, a 500 quilómetros de Van. A explosão, que aconteceu perto de uma esquadra de polícia pelas 7h20 (hora de Lisboa), terá provocado a morte a pelo menos três pessoas, todas elas membros da polícia turca, e ferido pelo menos 146, segundo a agência turca Anadolu. O ministério da saúde turco indica ainda que vários dos feridos estão em situação grave.
Os dois ataques estão a ser atribuídos ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão, o PKK, uma organização considerada terrorista pela Turquia, pelos Estados Unidos e pela União Europeia, mas o ataque não foi reivindicado.
Foi, aliás, essa a justificação apresentada logo após a explosão pelo ministro da Defesa turco, Fikri Isik. “Este ataque mostra que o PKK é a ferramenta dos poderes globais”, disse o ministro, citado pelo jornal turco Hurriyet Daily News.
Elazığ'daki patlamadan ilk kareler… https://t.co/9xkZbhqQl7 pic.twitter.com/Zfg9Gsz84u
— CNN TÜRK (@cnnturk) August 18, 2016
As forças de segurança são alvo de ataques quase diários do PKK, depois do fim do cessar-fogo unilateral, na sequência do fracasso das negociações de paz com o governo turco, em julho de 2015.
Perto de 600 polícias e soldados morreram em atentados desde então.
O PKK, considerado uma organização terrorista pela Turquia, União Europeia e Estados Unidos, trava desde 1984 uma luta armada por maior autonomia para os mais de 12 milhões de curdos que vivem no país e independência para as regiões curdas.