Depois da falência que resultou em sucessivas transferências de propriedade, até acabar nas mãos do fabricante automóvel malaio Proton, este último uma subsidiária do grupo DRB-Hicom, a marca britânica de automóveis desportivos Lotus pode estar prestes a mudar, mais uma vez, de mãos. Segundo avançou uma fonte interna da empresa à Reuters, o grupo malaio decidiu colocar a Proton no mercado, visando uma futura venda. Tendo, inclusivamente, já enviado propostas, numa fase inicial de parceria, a 20 fabricantes automóveis.
Até ao momento, três fabricantes terão já mostrado interesse no negócio: a francesa Renault, a japonesa Suzuki e o Grupo PSA, detentor das marcas Peugeot, Citroën e DS. Destes três potenciais interessados, noticia a CarAdvice, apenas a PSA, através da marca Peugeot, terá já assumido publicamente a existência de conversações com o grupo DRB-Hicom. “A Peugeot respondeu positivamente a um pedido da Proton e dos seus accionistas para a apresentação de uma proposta”, confirmou um porta-voz.
Embora nenhuma das partes tenha aceitado revelar detalhes sobre os moldes em que está ser discutida uma possível parceria, a Reuters avança que o conglomerado malaio pode estar na disposição de abdicar do controlo maioritário que actualmente detém sobre a Proton. No entanto, as informações que garantem a disponibilidade do grupo DRB-Hicom para ceder o controlo sobre o fabricante malaio nada referem quanto à Lotus, detida na totalidade pela Proton.
Em Abril, a Proton recebeu mais de 427 milhões de euros em ajudas do Governo malaio
De acordo com as fontes ouvidas pela Reuters, o desejo do grupo malaio, no que diz respeito à marca britânica, será mesmo vender, fazendo valer num futuro negócio não só o facto de a Lotus construir desportivos, mas igualmente o de possuir uma vertente de negócio centrada na engenharia automóvel.
Já o interesse que a Proton desperta junto de potenciais compradores é bem diferente, especialmente numa altura em que, no mercado interno, passou de uma situação de 74% para apenas 15% de quota de mercado. Aliás, já em Abril deste ano, a Proton teve de receber ajudas do Governo malaio na ordem dos 480 milhões de dólares (mais de 427 milhões de euros), depois de, em 2015, o grupo DRB-Hicom ter declarado perdas de 246 milhões de dólares (219 milhões de euros). Em grande parte, com origem precisamente na marca automóvel malaia.
