Acima de tudo, o Trezor destina-se a antecipar a nova filosofia de design da Renault, aqueles traços que, num futuro próximo, serão aplicados em todos os seus modelos. Não que todas as propostas da marca francesa se vão assemelhar a este protótipo de um futurista coupé desportivo eléctrico de dois lugares, mas decerto integrarão elementos como as linhas simples e sensuais, um ar de família perfeitamente definido pela secção dianteira e a assinatura visual garantida pela iluminação exterior em forma de “C”.
Mas o Trezor vale a pena ser admirado também pelo que realmente é. Com 4.700 mm de comprimento, 2.180 mm de largura, 1.080 mm de altura e uma altura ao solo de 250 mm, impõe-se também pelas suas proporções, e pelas enormes vias com 2.048 mm na frente e 2106 mm atrás, sendo as jantes dianteiras e traseiras de 21” e 22”, respectivamente.
Além das formas arrojadas, e de um Cx de somente 0,22, a carroçaria destaca-se ainda por conjugar superfícies em fibra de carbono com outras com acabamentos contrastantes. É impossível não notar os vidros vermelhos, os painéis posteriores hexagonais (combinados com a grelha dianteira em favo de abelha) ou os farolins traseiros em fibra óptica com um laser vermelho integrado.
Para permitir o acesso ao habitáculo, o tejadilho eleva-se na vertical, de trás para a frente, bastando depois aos passageiros passar sobre os montantes laterais, como se para uma sela estivessem a subir. O interior é fortemente caracterizado pelo tablier em madeira vermelho, à frente do qual se situa o compartimento de bagagens, fixadas através de correias em pele vermelha.
Para limitar o peso a 1.600 kg, a coque e o tejadilho são construídos em fibra de carbono, ao passo que a propulsão (traseira) é assegurada por dois motores eléctricos com um rendimento combinado de 350 cv e 380 Nm, o suficiente para levar o Trezor a cumprir os 0-100 km/h em menos de 4,0 segundos. Para os alimentar existem duas baterias, cada qual com o seu sistema de refrigeração, optimizado pelas entradas de ar de geometria variável integradas no capot.
Factor adicional que prova que o Trezor é mais do que um mero exercício de estilo, a integração das mais avançadas soluções de conectividade, e de uma interface em que tudo é controlado por elementos tácteis, e tem como elemento central um ecrã de bordo em forma de “L”, profusamente personalizável, e que inclui o painel de instrumentos e o ecrã do sistema de infoentretenimento.
Como não poderia deixar de ser, a condução autónoma, que a Renault pretende introduzir em modelos de produção em série a partir de 2020, também faz parte do leque de atributos do Trezor – sendo que, neste modo, o volante quadrangular, composto por duas estruturas em alumínio, aumenta notoriamente de largura, ao estilo de um ecrã de cinema.