O presidente executivo do Goldman Sachs não quis este ano dar o seu apoio público a nenhum candidato à presidente dos Estados Unidos, mas em entrevista à CNN, a divulgar este domingo, Lloyd Blankfein acabou por reconhecer que admita e apoia a democrata Hillary Clinton.

Para justificar a recusa em apoiar qualquer candidato, Blankfein tinha argumentado que o seu apoio poderia prejudicar as hipóteses de vitória do apoiado. Lloyd Blankfein é um dos mais conhecidos e polémicos banqueiros americanos. Lidera o Goldman Sachs desde 2006, tendo sobrevivido a vários ataques públicos pelo papel desempenhado pelo banco de investimento na crise financeira de 2008 e na crise da dívida grega em 2010. O Goldman Sachs voltou a estar debaixo de fogo depois da divisão europeia ter contratado Durão Barroso este verão.

Quando questionado se admirava e apoiava a título pessoal Hillary Clinton, Blankfein acabou por admitir: sou um apoiante de Hillary Clinton, mas acrescentou: “Isso não quer dizer que concordo com todas as políticas defendidas por ela. Não concordo. E também não quer dizer que aceito tudo o que ela fez na sua carreira política ou que indicou que pretende fazer no futuro”.

Clinton tem sido alvo de críticas, primeiro por parte do seu concorrente democrata, o senador Bernine Sanders, e depois por parte de Donald Trump, pelas suas ligações à Goldman Sachs. A democrata recebeu 675 mil dólares (620 mil euros) por fazer três discursos na sede do banco em Nova Iorque, apenas três meses depois de ter abandonado o cargo de secretária de Estado. O banco recusou revelar o teor dos discursos, mas o segredo foi revelado pelo site Wikileaks a 15 de outubro, já depois de ter sido gravada a entrevista do presidente da Goldman Sachs à CNN.

Durante a campanha de 2008, em que Hillary concorreu nas primárias contra Barack Obama, Blankfein organizou uma campanha de angariação de fundos para a então candidata. Pouco depois, o patrão da Goldman Sachs tornou-se uma das principais caras da crise do subprime que nasceu na venda de produtos de investimento compostos por créditos hipotecários de alto risco que banco americano vendeu aos seus clientes.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR