O Estado português terá poupado cerca de 200 milhões de euros em quatro anos, graças à gestão em parceria público-privado nos hospitais de Braga e Cascais. A conclusão é de um estudo da Católica Lisbon School of Business & Economics, encomendado pelas duas empresas gestoras dos hospitais (José de Mello Saúde, em Braga, e Lusíadas Saúde, em Cascais). Em ambos os hospitais, a poupança de custos superou os 20%, assegura o estudo.
A informação, avançada em comunicado enviado à imprensa pela Católica, baseia-se na período de quatro anos entre 2012 e 2015. “As poupanças para o Estado foram alcançadas sobretudo por ganhos de eficiência obtidos pela gestão privada”, afirma a universidade, acrescentando que “o estudo foi desenhado no cenário mais conservador possível – o que permite admitir que a poupança do Estado terá sido, na realidade, bem maior do que a agora apresentada”, afirma.
O estudo do Centro de Estudos Aplicados (CEA) da Católica aponta para uma poupança entre 100 milhões e 130 milhões de euros no Hospital de Braga e entre 53 milhões e 72 milhões de euros em Cascais, daí que se fale numa poupança acumulada na ordem dos 200 milhões de euros. Em termos proporcionais, a poupança foi semelhante entre um hospital e o outro, cifrando-se em 20% a 22% dos custos.
Ou seja, usando os dados disponibilizados pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) para os quatros anos em análise (2012 a 2015), o Estado terá praticamente poupado os custos de um ano de operação em cada um dos dois hospitais.
Os autores do estudo sublinham que, por uma questão metodológica, partiram do pressuposto de que a gestão pública dos hospitais do SNS alternativa às PPP alcançaria níveis de qualidade de serviço idênticos aos obtidos atualmente pela gestão privada – um “pressuposto que a realidade desmente claramente”, pode ler-se no estudo. “De facto, os hospitais de Braga e de Cascais apresentam, consistentemente, nas análises realizadas, níveis de qualidade de serviço superiores aos dos restantes hospitais do SNS, sendo que estes acréscimos de qualidade não estão contabilizados nos resultados adiantados pelo estudo do CEA”, acrescenta.
Apoiado nas conclusões do estudo, o Professor Ricardo Ferreira Reis, responsável pelo trabalho, remata que “perante tão significativas poupanças para o Estado ditadas por ganhos de eficiência da gestão privada, não podemos deixar de mencionar o facto de que seria justo que uma parte desses ganhos do Estado servisse para cobrir os prejuízos que são suportados pelas empresas gestoras dos dois hospitais – prejuízos que ainda assim são muito inferiores à poupança total gerada pelas PPP”.