Xanana Gusmão é considerado o melhor líder político de Timor-Leste por 56% dos timorenses, à frente do presidente da Fretilin, Francisco Guterres Lu-Olo (15%), e do atual Presidente, Taur Matan Ruak (6%), revela uma sondagem cedida à Lusa.

O ex-Presidente José Ramos-Horta e o ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri (escolhidos cada um por 4% dos inquiridos) são os outros nomes destacados na sondagem, que ouviu a opinião de 1.200 timorenses em todo o país.

A maioria (59%) diz não saber quem deve ser o próximo chefe de Estado, mas Lu-Olo – candidato nas presidenciais de março de 2017 – é de todos os líderes nomeados o que reúne mais apoio (21%), à frente de Xanana Gusmão (10%) e Taur Matan Ruak (6%).

A sondagem foi realizada pela Insight Lda sob supervisão da Chesapeake Beach Consulting e pela organização não-governamental Instituto Republicano Internacional (IRI) entre 07 e 24 de novembro e envolveu entrevistas presenciais em todos os 13 municípios de Timor-Leste.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O estudo analisa perceções económicas, políticas e sociais sobre Timor-Leste e a relação do país com o estrangeiro, entre outros aspetos, e é divulgado num momento em que já se debatem em Timor-Leste as eleições presidenciais e legislativas do próximo ano.

Xanana Gusmão, líder histórico da resistência à ocupação indonésia, reúne as melhores avaliações dos líderes e 87% dos sondados têm uma opinião “muito favorável” a seu respeito, com 83% a terem essa opinião sobre Lu-Olo, 75% sobre José Ramos-Horta, 74% sobre Mari Alkatiri, 73% sobre Lere Anan Timur, chefe das Forças de Defesa, e 61% sobre Isabel da Costa Ferreira, primeira-dama.

Dimitar Stojkov, diretor do IRI em Timor-Leste, disse à Lusa que os dados da sondagem são fiáveis por ter sido realizada com “organizações de confiança”, recorrendo a especialistas e à experiência da própria instituição no país, onde tem uma delegação desde 2000.

“Estes dados são estatisticamente verificáveis, abrangem pessoas de meios rurais e urbanos e de todos os municípios do país. É a quinta sondagem desde 2000 e isso permite verificar os dados”, explicou, notando, por exemplo, que no caso das estimativas de apoio eleitoral os dados de 2013 foram “muito próximos” aos resultados das urnas em 2012.

A sondagem sugere que Lu-Olo é o líder timorense que reúne um apoio mais diversificado, com apoiantes que se dizem associados a cinco partidos diferentes (CNRT, Fretilin, Khunto, PD e PLP).

É aliás o único, além do atual chefe de Estado, Taur Matan Ruak, que tem apoio dos que se dizem simpatizantes do Partido de Libertação do Povo (PLP).

A quase totalidade dos inquiridos fiz que tenciona votar nas presidenciais e legislativas do próximo ano (98%) e mais de metade (54%) considera que mesmo antes de começar a campanha já tem “bastante informação” sobre as eleições e 22% que tem “alguma informação”.

Já dois terços admite que ainda precisa de mais informação sobre os aspetos mais técnicos, nomeadamente onde votar e como fazer o processo de registo eleitoral.

Apesar de não ter havido grandes incidentes de violência nos últimos atos eleitorais em Timor-Leste, dois terços dos inquiridos admite estar “muito preocupado” com a possibilidade da ocorrência de atos de violência no período das eleições.

Ainda assim, 79% diz que é livre de expressar as suas opiniões políticas onde vive, contra 9% que dizem o contrário.

A sondagem foi apresentada na terça-feira ao Conselho de Ministros e vai ser apresentada ainda hoje ao Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT) e, na quinta-feira, à Fretilin, tendo sido feitas apresentações também a outras forças políticas.