Cabriz Colheita Selecionada 2014 (tinto)

Talvez o nome do vinho soe familiar: recentemente a prestigiada publicação Wine Spectator colocou-o na posição número 46 da sua lista anual dos 100 melhores vinhos; além disso, concedeu-lhe 90 pontos em 100. Disponível na Garrafeira Nacional por 3,40€, veio diretamente da Região Demarcada do Dão — e do centro de vinificação de Carregal do Sal, sede do grupo Globalwines — para o copo dos portugueses. Feito a partir de Alfrocheiro, Tinta Roriz e Touriga Nacional, o vinho promete ser boa companhia para queijos macios, carnes brancas e também vermelhas.

Teixuga 2013 (branco)

A conceituada Revista de Vinhos deu-lhe 18 pontos em 20: o topo de gama da empresa Caminhos Cruzados (35€), nascida em 2012 com a ambição de colocar Nelas no mapa dos grandes vinhos do Dão, estagiou 19 meses em barrica e foi lançado em meados deste ano. O vinho resulta de vinhas velhas com predominância da casta Encruzado — que anda a fazer furor por terras do Dão –, e diz respeito à colheita de 2013. Além de ser um branco a ser bebido no inverno, é considerado por Lígia Santos, filha do fundador da empresa, uma espécie de “tinto do branco”, muito por causa da complexidade e longevidade que a casta promete.

Conde D’Ervideira Vinho da Água 2014 (tinto)

Quis a alentejana Ervideira, que produz vinho desde 1880, que durante oito meses cerca de 32 mil garrafas estagiassem no fundo do Alqueva a uma profundidade de 25 a 36 metros. A iniciativa original envolveu 45 mil garrafas de um só lote — Conde d’Ervideira Reserva colheita de 2014 –, sendo que 32 mil foram largadas às águas da Amieira Marina devidamente lacradas e em momentos distintos. As primeiras garrafas foram retiradas da água em abril deste ano, mas a ideia é criar um armazém aquático que tenha em regime permanente 8 mil a 10 mil garrafas. O Vinho da Água resulta de um blend de Touriga Nacional, Aragonez, Tinta Caiada, Alicante Bouschet e Cabernet Sauvigonon, vinificadas casta a casta, e encontra-se à venda na Garrafeira Nacional por 19,50€.

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Papo 2009 (tinto)

O vinho junta Douro e Bairrada numa só garrafa e resulta da amizade entre o produtor bairradino Luís Pato, um dos mais conhecidos daquela região, e a família Ferreira, instalada na duriense Quinta do Pôpa. O néctar combina uvas da casta Tinta Roriz, plantada nos socalcos do Douro, com a taninosa Baga da Vinha Pan, e pode ser tanto bebido jovem como guardado na prateleira durante muitos anos. A colheita é de 2009 mas só em outubro de 2016, passados sete anos, chegou ao mercado para acompanhar carnes vermelhas, caça e peixe gordo assado no forno. De referir que Luís Pato deu um sério contributo para que a Quinta do Pôpa se erguesse, incentivando os netos do Pôpa a lançarem-se no universo vinícola.

Quinta do Monte d’Oiro Madrigal 2015 (branco)

O monocasta Viognier da colheita de 2015 (19,50€) nasce das vinhas plantadas na Quinta do Monte d’Oiro — situada na Região Vitivinícola de Lisboa, na zona de Alenquer, é propriedade (e sonho) do famoso gastrónomo José Bento dos Santos, que a adquiriu em 1986. O vinho em questão chegou este ano ao mercado e já anda a dar nas vistas: são 93 pontos na Wine Advocate, que pertence ao muito conhecido crítico de vinhos Robert Parker, e 17 (em 20) na Revista de Vinhos. Segundo a ficha técnica, o néctar fresco e mineral tem potencial para envelhecer em garrafa e mostra-se bastante gastronómico, talvez em homenagem a quem o ajudou a nascer.

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© Getty Images/iStockphoto

Arinto dos Açores by António Maçanita 2015 (branco)

É um vinho dos Açores, com certeza, nascido entre vinhas plantadas na ilha do Pico — desde 2004 que a Paisagem da Cultura da Vinha da Ilha do Pico é considerada Património da Humanidade pela UNESCO. O vinho que custa 25€ faz parte do portefólio da Azores Wine Company, fundada por António Maçanita em abril de 2014. Apostada em desenvolver vinhos regionais de qualidade, a sua criação implicou também a recuperação de cerca de 45 hectares de vinhas na ilha, sendo que para o ano está prevista a construção de uma adega com espaço de alojamento. De referir ainda que a colheita de 2014 somou 17 pontos em 20 na Revista de Vinhos e 92 em 100 na revista Wine Advocate, de Robert Parker.

Pêra Manca 2014 (branco)

O Pêra Manca branco foi produzido pela primeira vez em 1990, apesar de a história associada ao néctar ser bem mais antiga — conta-se que Pedro Álvares Cabral transportou Pêra Manca nas suas naus a caminho do Brasil. A marca que a Fundação Eugénio de Almeida dedica aos seus vinhos de exceção é, pois, uma das mais emblemáticas no país. Esta colheita de 2014 (cerca de 30€) foi lançada em finais de novembro, mesmo a tempo do novo ano. Produzido a partir das castas Antão Vaz e Arinto, o vinho estagiou sobre borras finais durante 12 meses e, depois de engarrafado, permaneceu em estágio nas caves da Adega da Cartuxa durante outros nove meses.

Barca Velha 2008 (tinto)

Foi no Vale do Meão, no Douro, que nasceu o primeiro Barca Velha. Veio diretamente da colheita de 1952 (no mesmo ano em que Isabel II ascende ao trono de Inglaterra) para se tornar num dos vinhos portugueses mais emblemáticos até à data. Em 64 anos de vida, o vinho que nasce apenas em anos de colheitas excecionais teve 18 edições — a última diz respeito a 2008 e foi lançada em novembro deste ano no Palácio de Monserrate, em Sintra, entre críticos e jornalistas dedicados ao tema. À data, Luís Sottomayor, o terceiro enólogo a trabalhar o mítico vinho, disse ao Observador que não há receita para o Barca Velha, “antes uma personalidade que tentamos manter ano após ano”. A colheita de 2008 encontra-se disponível na Garrafeira Nacional por 439€.

Vallado ABF Very Old Port 1888

Foi engarrafado em 2016, a tempo de celebrar os 300 anos da fundação da Quinta do Vallado, de raízes há muito fixas no Douro. É uma homenagem ao antepassado dos atuais donos da quinta, de nome António Bernardo Ferreira I, que em 1818 comprou a propriedade. Elaborado a partir de vinhas pré-filoxericas, na receita leva castas típicas da região banhada pelo rio Douro, de entre as quais contam-se Tinta Roriz, Tinta Amarela, Touriga Franca, Tinta Barroca e Touriga Nacional. Ao longo da sua longa vida — afinal, são 128 anos –, o néctar estagiou em cascos de madeira de 650 litros para, agora, chegar ao mercado avaliado em mais de 3.000€. Também Jancis Robinson, consultora de vinhos da rainha de Inglaterra, o avaliou, atribuindo-lhe 19,5 pontos em 20 possíveis.

Carvalhas Memories 1867 (very old tawny)

São 260 garrafas para ajudar a celebrar os 260 anos de história da Real Companhia Velha, fundada a 10 de Setembro de 1756 (o mesmo dia, mês e ano da criação da Região Demarcada do Douro). O Carvalhas Memories nasceu da colheita de 1867 na Quinta das Carvalhas, uma das cinco da empresa duriense, e chegou ao mercado com um valor de 2.750€. Foram 149 anos de estágio, muito embora o vinho tenha sido refrescado com uma pequena quantidade da colheita de 1900. Este very old tawny assistiu no interior cómodo da barrica à implantação da República Portuguesa, ao início e fim de duas guerras mundiais, à revolução dos cravos e à queda do muro de Berlim. E dentro e fora de portas recebeu recentemente duas boas notícias: 99 pontos em 100 na Wine Spectator e 19,5 pontos em 20 na Revista de Vinhos.