O músico Fernando Tordo está no centro de uma polémica que tem percorrido as redes sociais deste terça-feira. No dia do funeral de Mário Soares, o cantor e compositor português escreveu duas frases públicas dirigidas ao ex-presidente da República português: “Não tenho ouvido falar de si, Cavaco Silva. Um dia chega a nossa vez, não é?”. Enquanto alguns dos amigos de Fernando Tordo no Facebook alinharam na publicação — alguns escreveram até que Cavaco Silva não podia morrer porque “já é um cadáver” –, outros viram nas suas palavras um desejo pela morte do político de 77 anos.
A isto se chama um traste. Fernando Tordo é abjecto. https://t.co/bmAwtnlhae
— Duarte Marques (@DuarteMarques) January 10, 2017
O Observador tentou chegar à fala com Fernando Tordo, mas sem sucesso. Entretanto, a publicação em causa foi apagada (não antes de fotografias do post circularem pelo Twitter) e uma nova, escrita por volta das 11 da manhã de esta quarta-feira, surgiu no mural do artista:
Quem na frase que aqui escrevi ontem conseguiu ler que eu desejava a morte a alguém, que saia já. A porta desta minha página tem uma virtude, como a de todos: está sempre aberta, para entrar e para sair. E eu dou uma ajuda. É simples, como sabem. Basta um clique, bloquear“.
Nessa publicação, Fernando Tordo confirma que foi ele o autor das frases interpretadas como um desejo pela morte de Cavaco Silva. E também escreve que foi dele a decisão de a apagar.
Também esta publicação está a ser alvo de vários comentários. Alguns utilizadores concordam que Fernando Tordo deve escrever o que entender no seu mural privado, mesmo que a publicação em causa tenha estado disponível para qualquer pessoa que acedesse à página através do Facebook sem necessidade de ser “amigo” do artista. Outros, no entanto, adjetivam Tordo como “ressabiado”, “infeliz” e “sem um pingo de dignidade”. Entretanto, esta publicação já conquistou 175 “gostos”, cerca de menos 100 do que os “gostos” colecionados na publicação anterior às 18h34 de terça-feira.