O velocista jamaicano Usain Bolt viu esta quarta-feira a medalha de ouro ganha na estafeta 4x100m nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, ser-lhe retirada. Tudo porque um colega de equipa acusou doping.
Nesta Carter acusou positivo no controlo antidoping ao ser-lhe detetada a substância metilhexanamina aquando da prova de estafeta 4×100 metros em Pequim. A equipa foi desclassificada e a medalha vai ser retirada aos quatro atletas.
No entanto, perder esta medalha significa muito mais para Bolt — o atleta perde assim o direito ao ‘título’ “triple triple”. Isto porque nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, realizados no verão passado, Bolt atingiu o marco histórico de, pela terceira vez, ter conquistado o ouro nas três provas 100, 200 e 4×100 metros nos Jogos Olímpicos de Pequim, de Londres e do Rio. Na prova em questão a equipa da Jamaica bateu ainda o recorde mundial ao concluir a prova em 37,10 segundos.
Usain Bolt vai assim perder uma das nove medalhas de ouro olímpicas que já conquistou.
As suspeitas, no entanto, não eram novas e o Comité Olímpico Internacional (COI) voltou mesmo a analisar as análises de vários atletas — da lista figurava o nome de Nesta Carter. Concluiu-se que as suspeitas não eram infundadas ao ser detetado um estimulante proibido nas análises de Carter. O COI tornou pública a decisão no site oficial da organização. Pode ler aqui o comunicado.
Usain Bolt já tinha comentado o assunto — quando ainda eram apenas suspeitas — e revelou que, apesar de ser doloroso ser retirada uma medalha a um atleta, não haveria problema algum. “É doloroso [o teste positivo] porque, ao longo dos anos, trabalhas arduamente para poder acumular medalhas de ouro e trabalha-se no duro para se ser um campeão… Mas isso é apenas uma dessas coisas”, desabafou Bolt durante uma entrevista que deu sobre o filme “I am Bolt”.
Bolt, que é considerado o homem mais rápido do mundo, afirmou ainda que “se precisar de devolver a minha medalha de ouro, não é nenhum problema para mim”. Foi isso mesmo que aconteceu esta quarta-feira.
Reveja aqui a prova de 2008:
Nesta Caster é considerado o sexto velocista mais rápido do mundo. Além de Carter, o Comité Olímpico Internacional anunciou ainda que a russa Tatiana Lebedeva também teve um controlo positivo em Pequim, perdendo a medalha de prata no salto em comprimento e no triplo salto.