A polícia da Malásia confirmou, esta quinta-feira, que deteve uma segunda mulher presumivelmente ligada ao assassínio, na segunda-feira, em Kuala Lumpur, de Kim Jong-nam, meio-irmão do líder da Coreia do Norte. O inspetor-geral da polícia, Khalid Abu Bakar, indicou à agência Bermana que as autoridades detiveram a outra suspeita e, sem facultar mais detalhes, pediu aos media para esperarem pela divulgação, ainda esta quinta-feira, de um comunicado com mais informações sobre a detenção relacionada com o assassínio, na segunda-feira, no aeroporto de Kuala Lumpur, de Kim Jong-nam.

A polícia malaia anunciou na quarta-feira ter detido uma primeira mulher suspeita de envolvimento no caso, a qual tinha na sua posse um passaporte vietnamita, no qual constava o nome Doan Thi Huong e a data de nascimento de 31 de maio de 1988.

Imagens das câmaras de vigilância divulgadas pelos meios de comunicação malaios mostraram a asiática indicada como uma das suspeitas com um top branco com as letras LOL. Essa mulher, segundo os media locais, foi presa no aeroporto e estaria a tentar sair da Malásia, com destino ao Vietname, quando foi travada pela polícia.

O corpo de Kim Jong-nam encontra-se desde quarta-feira no Hospital Geral de Kuala Lumpur para a realização da autópsia, mas ainda não foram divulgados publicamente informações, nomeadamente sobre as causas da morte do meio-irmão de Kim Jong-un. As autoridades malaias identificaram a vítima como Kim Chol, nascido em Pyongyang em junho de 1970, conforme os documentos de viagem encontrados na sua posse. Não obstante, o porta-voz do Ministério da Unificação sul-coreano, Jeong Joon-hee, assinalou que Seul tem a certeza de que o homem assassinado é Kim Jong-Nam.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Kim Jong-Nam, filho mais velho do falecido líder da Coreia do Norte Kim Jong-Il, que estaria a aguardar um voo para Macau, foi assassinado na segunda-feira alegadamente por duas mulheres presumivelmente ao serviço da Coreia do Norte em circunstâncias ainda envoltas em mistério. O homem, com cerca de 45 anos, faleceu a caminho do hospital de Putrajaya, capital administrativa do país, depois de ter sido atacado quando se encontrava numa sala de embarque do aeroporto. Kim Jong-nam era o filho primogénito do ditador norte-coreano Kim Jong-il e da sua primeira concubina, a atriz Song Hye-rim.

Até ao início do século XXI era considerado o provável sucessor do pai, que morreu em 2011. Em 2001, no entanto, foi detido no aeroporto de Tóquio com um passaporte falso com o qual alegadamente queria visitar um parque Disney no Japão. Emigrou para a China em 1995 e vivia desde então entre Pequim e Macau.

O assassínio, ocorrido nas vésperas das celebrações do nascimento do “Querido Líder” Kim Jong-il, que decorrem esta quinta-feira na Coreia do Norte, foi apresentado pela Coreia do Sul como uma prova da “brutalidade e natureza desumana” do regime de Pyongyang.