O líder parlamentar do PS, Carlos César, disse esta quinta-feira que “não há dúvidas que houve falhas muito significativas na supervisão e quem está à frente dessas falhas é o governador do Banco de Portugal”. O socialista reagia à reportagem da SIC “Assalto ao Castelo” — referente à queda do universo GES — remetendo para a posição que o PS tem tido sobre “os deveres do Banco de Portugal em relação a uma fase que o BES atravessou” e de “indicações que foram dadas àquela administração que deveriam ter sido executadas”. O PS responsabiliza e mantém a pressão para um afastamento de Carlos Costa.

Carlos César não quis dizer claramente que não tem confiança no governador do Banco de Portugal (BdP), mas confessou que o PS está a “refletir” sobre a posição a tomar nesta matéria (ou seja: se pede ou não a demissão do governador do BdP). O partido do Governo já defendeu várias vezes a saída de Carlos Costa da liderança do regulador, mas o Executivo nada pode fazer para afastar o governador. Este só pode ser exonerado por “falha grave”. Ora, as palavras de César aproximam-se quando fala em “falhas muito significativas.”

Sobre o governador, o líder da bancada socialista sugere a falta de confiança: “Há a avaliação que já fizemos. E é uma avaliação que mantemos“. Em fevereiro de 2016, nas jornadas parlamentares do PS, o líder parlamentar destacava que “os portugueses vivem de alguma falta de confiança, ou pelo menos de uma avaliação frágil, quer dos depositantes, quer dos utilizadores do sistema bancário, em relação ao regulador, o Banco de Portugal”. O socialista acrescentava ainda, numa farpa a Carlos Costa que “essa fragilidade que tem sido detetada na ação do Banco de Portugal não tem sido minorada, pelo contrário tem sido agravada.”

Sobre o facto de a nova administração do Banco de Portugal poder ser um “cerco” a Carlos Costa, Carlos César respondeu com o conselho consultivo — para onde foi nomeado o bloquista Francisco Louçã — destacando a importância de “diversidade de pontos de vista”.

Aproveitando o facto de se estar a falar de “falhas”, Carlos César enalteceu o facto de “o Conselho de Finanças Públicas ter admitido que falhou na previsão em relação ao défice”. Confrontado com o facto da entidade liderada por Teodora Cardoso também dizer que as medidas adotadas pelo Governo não são sustentáveis, o socialista rebateu: “A CFP e a OCDE têm-se especializado em fazer cenários para o país que, felizmente para nós, têm falhado”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR