Citadino compacto nascido para disputar o segmento A, o Suzuki Ignis prepara-se para chegar a Portugal já no início de Abril, naquela que é a sua nova geração. A qual, reformulada verdadeiramente de alto a baixo, faz do pequeno japonês um recém-chegado habitante a um dos “bairros” mais populares do momento: o dos SUV, crossovers e afins.
Com um visual mais atrevido e ao mesmo tempo cativante, o novo Ignis abre-se à personalização, oferece espaço interior para viajar com os amigos ou a família, e reúne outros atributos que só os elementos de espírito aventureiro possuem, nomeadamente uma maior altura ao solo, sistemas de duas e quatro rodas motrizes, a par de motores pequenos e razoavelmente espevitados.
Afinal, o que é que torna este Ignis diferente?
Basicamente, tudo! Além de candidato natural a um segmento em que a oferta (ainda) não abunda, resumindo-se a propostas como o Fiat Panda Cross ou o mais moderno Opel Adam Rocks, este novo Ignis é também um carro muito diferente do antecessor – na plataforma, a mesma (ainda que redimensionada) que a Suzuki estreou no Baleno, assim como no visual exterior. Surge agora ainda mais tipo mini-SUV, com linhas simples, sólidas, personalizadas, e também facilmente reconhecíveis. Inspiradas, garante o fabricante, naqueles que são os seus antepassados – a começar nos pouco conhecidos na Europa LJ10 (1970) e LJ80 (1978), seguidos dos já famosos também entre nós SJ410 Jimny (1981) e SJ660 Vitara (1988).
Produzido exclusivamente no Japão e com dimensões exteriores particularmente compactas (3,7 m de comprimento, 1,6 m de largura e 1,5 m de altura), a que junta uma generosa distância entre eixos de 2,4 m e, principalmente, uma altura ao solo de 18 cm (o mesmo que, por exemplo, um Jimny), diferenças também não interior do habitáculo, onde, a par das mesmas linhas direitas e funcionais, se encontram alguns pormenores tecnológicos e distintivos, como é o caso do ecrã táctil suspenso ao centro do tablier ou o ar condicionado automático de formato invulgar, além de vários espaços de arrumação, maioritariamente abertos. Com o espírito irreverente a ser transmitido por uma conjugação de cores que engloba não só o preto e o branco, mas também aplicações que tanto podem ser em laranja, como em cinzento titânio. Tudo isto, num habitáculo em que, apesar da boa qualidade de construção, repete-se a já conhecida inclinação do fabricante para os plásticos rijos e nem sempre a prometer a melhor longevidade. Algo explicado também pelo facto de se tratar de uma proposta para o segmento mais baixo do mercado automóvel…
De regresso ao exterior, do qual gostámos particularmente da imagem transmitida pela secção frontal (as fotos, decididamente, não o favorecem!), a garantia de jantes em liga leve de 16” polegadas sempre de cor negra, a casarem bem com qualquer uma das 14 cores que o fabricante propõe como pintura exterior – quatro delas, bi-tom, ao passo que as restantes 10, monocor. Que, tal como as anteriores, podem ainda assim tornar-se mais vistosas com a aplicação de pequenos pormenores de cor distinta, na grelha dianteira e nas jantes.
Por dentro, convence?
Bastante. Aliás, ultrapassada uma certa dificuldade no acesso aos lugares traseiros, devido ao posicionamento elevado dos assentos – que pode levar a bater com a cabeça na moldura da porta –, é todo um mundo de boas surpresas que este novo Ignis oferece. A começar na acessibilidade e intuitividade que a maioria dos comandos oferece, na capacidade que os vários espaços de arrumação revelam, numa posição de condução que favorece a visibilidade em redor, e até mesmo numa habitabilidade que impressiona pela forma como acomoda, “à larga”, quatro adultos. Em particular, nos lugares traseiros, cujos bancos beneficiam da possibilidade de regulação também em profundidade (60:40), avançando ou recuando ao longo de 165 mm, permitindo assim dar primazia, tanto ao espaço para os passageiros, como para a bagageira.
E já que falamos da bagageira, trata-se, efectivamente, de uma óptima surpresa, desde logo por anunciar uma capacidade que facilmente passa dos 260 litros iniciais, para uns ainda mais surpreendentes 373 litros – ou seja, o mesmo que num Vitara! Isto, claro está, caso haja a possibilidade de chegar os bancos traseiros totalmente à frente e desde que os passageiros, com bastante menos espaço para as pernas, não se queixem…
O equipamento de série satisfaz?
Digamos que é o habitual na marca nipónica, isto é, com quase tudo de série (lista completa de equipamento aqui)! Proposto entre nós em apenas duas versões, GLE e GLX (desaparece a tradicional versão de entrada), optando por esta última não será sequer preciso recorrer à (escassa) lista de opcionais, já que do equipamento de série fazem parte, entre outros, faróis LED, Keyless Start, cruise control, ecrã táctil de 7” (igual ao do Vitara) com função Mirror Link e sistema de infoentretenimento compatível com Apple CarPlay e Android Auto, com sistema de som, navegação e projecção das imagens captadas pela câmara traseira.
Já no domínio da segurança, tecnologias como a Dual Camera Break Support (DCBS) com alerta antifadiga e de mudança inadvertida da faixa de rodagem, travagem de emergência autónoma com detecção de peões, alerta de colisão e controlo de retenção de pendentes.
Novo é, de resto, também o painel de instrumentos, o qual, com 3,5”, mostra ser não apenas de simples e fácil leitura, como integra, entre outros componentes, relógio digital, temperatura exterior, consumo, autonomia, velocidade média, indicador de mudança, aviso de perda de pressão nos pneus e até um indicador da entrada em acção do sistema híbrido.
E quanto a motores?
Basicamente, uma oferta composta por um pequeno 1,2 litros Dualjet a gasolina com 90 cv, que tanto pode receber uma caixa manual de cinco velocidades, como uma transmissão variável contínua AGS (Auto Gear Shift). Tal como pode contar com tracção dianteira ou integral 4WD. Disponível estará igualmente uma outra versão deste mesmo Dualjet, mas com um sistema híbrido acoplado que, recorrendo a um gerador de arranque integrado para ajudar o motor de combustão na aceleração, conta igualmente com uma bateria de 3 kWh, cujo carregamento é feito através do aproveitamento da energia produzida tanto na travagem, como na desaceleração. Garantindo, com a sua acção, um acréscimo de 4 cv de potência.
Sobre o sistema de tracção integral 4×4 AllGrip Auto, trata-se de uma solução totalmente automática e impossível de desligar, cuja missão passa por enviar o binário inicialmente para as rodas dianteiras. Embora, sempre que o sistema detecte perdas de tracção à frente, esteja igualmente capacitado para enviar automaticamente até 50% da potência para as rodas traseiras, passando o Ignis a funcionar, a partir daí, como se de um verdadeiro tracção integral se tratasse.
Mas, então, e como é que resulta tudo isso em estrada?
Aquilo que podemos dizer é que, pelo menos a versão que, à partida, será a mais comercializada em Portugal – a 1.2 Dualjet GLX com caixa manual de cinco velocidades e tracção apenas dianteira –, acaba por conseguir corresponder às expectativas. É estável, confortável, sem reacções negativas ou inesperadas, procurando sempre aproveitar as capacidades de um motor que não deixa de revelar-se agradável em utilização citadina, mas que, uma vez colocado em estrada aberta e confrontado com uma condução mais “rasgadinha”, também não esconde as naturais limitações. Sinónimo, basicamente, de uma capacidade de aceleração e, especialmente, de recuperação, modesta. As trajectórias descrevem-se de uma forma certinha, mas também com as suspensões a cederem um pouco mais do que deveriam. Isto, enquanto a sonoridade se torna mais presente e esforçada (nas reduções, principalmente) do que à partida seria aconselhável.
Contudo, uma vez regressados a andamentos mais realistas, o regresso também da agradabilidade na condução, com a direcção a mostrar-se adequada para o tipo de automóvel que é, os travões a revelarem boa dose de eficácia e até mesmo com o motor a contribuir para um desempenho convincente. Uma suma, um “puto” reguila e que não se atemoriza pelo facto de ser novo no bairro!
Então e esse “puto”, quando é que o podemos ver em Portugal?
Segundo a filial nacional da Suzuki Motor Ibérica, mais rápido do que seria de esperar. Mais concretamente, já no final do presente mês de Março ou, o mais tardar, no dia 1 de Abril. É só uma questão das primeiras unidades chegarem aos concessionários…
No entanto, certo é já que ao novo Ignis será aplicada a mesma estratégia já utilizada nos restantes irmãos: preços de base atractivos, e ainda mais quando submetidos à campanha de lançamento que a marca tem desde já prevista. Se não, confirme (lista completa aqui): um Ignis de cinco portas e motor 1.2, com caixa manual de cinco velocidades, tracção dianteira e nível de equipamento GLE (basicamente, a versão de entrada), vai estar disponível por 15.075€. No entanto, graças à campanha de lançamento que oferece um desconto de 2.033€, pode vir a ser adquirido por apenas 13.042€. Sendo que, se o cliente recorrer à campanha de financiamento que a marca nipónica tem em vigor e que lhe permite beneficiar de mais 1.000€ de desconto, o automóvel fica por não mais que 12.042€!
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Nas restantes versões, destaque para a possibilidade de aquisição desta mesma motorização, mas com nível de equipamento de topo (GLX), por apenas 13.821€ (campanhas incluídas), assim como para a versão híbrida, com caixa manual, 2WD e o mesmo nível de equipamento GLX, por 14.276€. Já para os que façam questão de ter este mesmo carro, com motor apenas térmico e tracção integral 4WD, preços a partir de 13.655€.
Resumindo: uma diferença de preços do GLE para o GLX, de 1.779€; da caixa manual para a transmissão variável contínua, de 915€; da propulsão Dualjet simples para a variante com SHVS, de 455€; e do 2WD para o 4WD, de 1.613€.
Nos opcionais, referência obrigatória para a pintura exterior, com a solução monocolor a custar mais 350€, ao passo que a bicolor orça em mais 559€. É que, nos dias que correm, vestir bem também custa…