Os socialistas estão contra a proposta do PCP para criar no Parlamento uma comissão eventual para a avaliação e o acompanhamento do endividamento público e externo do país. A decisão foi tomada pela direção da bancada antes do debate de urgência sobre a dívida, que os comunistas convocaram para esta tarde, e onde esta proposta vai ser abordada.

A sensibilidade do tema (sobretudo junto dos investidores, mas também de alguns líderes europeus) faz com que o PS defenda que esta discussão ocorra antes num grupo de trabalho associado à Comissão Parlamentar de Orçamento e Finanças, ou simplesmente nessa comissão especializada, segundo apurou o Observador. Mas não numa comissão autónoma e exclusivamente dedicada a uma questão que os socialistas não colocam como prioritária e que, aliás, pretendem mesmo manter afastada da agenda.

Os comunistas, na legislatura anterior apresentaram oito projetos de resolução a pedir a renegociação da dívida pública, mas desta vez entenderam avançar com uma proposta diferente, anunciada esta semana, que passa por “institucionalizar” o debate, numa comissão eventual. Do PS recebe agora o “não” e no Bloco de Esquerda ainda não há uma posição fechada sobre o assunto, aguarda-se por conhecer a proposta em concreto.

Fonte oficial do grupo parlamentar diz que se “existir uma comissão eventual, o Bloco participará com o mesmo empenho com que participa em todas as discussões sobre a sustentabilidade da dívida e a necessidade da sua reestruturação”.

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