É esta a conclusão da polícia de Londres: Khalid Masood agiu sozinho na quarta feira, dia 22, quando matou quatro pessoas junto ao Parlamento inglês, antes de ser abatido. Não foi descoberto o motivo e é provável que nunca o venha a ser. E as informações que as autoridades têm não indicam que mais atos semelhantes estejam para acontecer.
Foram estes os principais dados revelados pela polícia ao fim do dia de sábado, quando foi revelado o relatório da investigação. Apesar da reivindicação do Estado Islâmico, a polícia acredita que Masood esteve sempre sozinho e que poderá ter decidido atacar motivado por “propaganda do EI” ou por “algum tipo de ressentimento”.
Estas informações não confirmam, portanto, a hipótese de que Khalid tenha usado o serviço WhatsApp momentos antes do ataque, para entrar em contacto — de forma encriptada — com alguém que estivesse a par da vontade do terrorista.
[Imagens reveladas pelo jornal The Sun onde se vê a primeira-ministra britânica, Theresa May, a ser levada até ao carro de onde saiu de Westminster, minutos depois do ataque:]
https://twitter.com/brandilmelb/status/845175669269004289
Foram detidas 11 pessoas depois dos acontecimentos em Londres mas nove foram entretanto libertadas. Uma continua presa em Birmingham, um homem de 58 anos. E uma mulher de 32 anos foi libertada depois de ter sido paga uma fiança. Sobre as vítimas, 15 pessoas continuavam a receber tratamento hospitalar na noite de sábado.
“Mesmo que ele tenha agido sozinho, temos de estabelecer com total clareza as razões destes atos indescritíveis para podermos dar confiança aos londrinos, para dar respostas às famílias das vítimas desta atrocidade. Temos de aceitar que existe a possibilidade que de nunca compreendermos as razões de tudo isto. Essas respostas podem ter morrido com o atacante”, disse Neil Basu, da polícia metropolitana de Londres e coordenado de contra-terrorismo no Reino Unido.
De acordo com a reconstituição dos acontecimentos feito pela polícia, disse que o ataque começou às 14:40:08 quando Masood subiu o passeio da Ponte de Westminster com um carro alugado.
Às 14:40:38 bateu no gradeamento do Palácio de Westminster.
Saiu do carro às 14:40:51 e foi abatido a tiro às 14:41:30 por um agente da polícia que integrava a equipa de proteção do ministro da Defesa, Michael Fallon.
Às 14:40:59 foi feita a primeira chamada para a polícia, a dar conta do sucedido.
Quem era Khalid Masood, o autor do atentado terrorista em Londres?
Apesar da falta de respostas, o comunicado de sábado assegurava que as investigações prosseguem. Vão continuar a ser questionadas pessoas que poderão ter estado em contacto com Khalid Masood, natural de Kent, casado e com três filhos. Esteve hospedado num hotel antes de se dirigir a Westminster, o mesmo hotel onde já tinha estado na sexta feira anterior, dia 17.
“Terroristas tentaram dividir esta cidade antes e nunca conseguiram. Uma minoria tentou usar isto como uma oportunidade para alimentar ódios mas mais uma vez mantemo-nos juntos e tranquilos. Não vamos permitir que nos dividam”, disse Neil Basu.
