Estreou em 2009, com emissão às 21h30 na SIC Notícias, mas ao longo dos últimos sete anos foi sendo empurrado cada vez para um horário mais tardio. Atualmente, o programa de 15 minutos sobre comunicação social conduzido por José Pacheco Pereira estava a ser emitido à 1h30 da madrugada, o que motivou as mais duras críticas por parte do comentador. Este domingo, o Ponto Contraponto chegou ao fim e Pacheco Pereira “apagou-se” a si próprio do ecrã. Pelo caminho ficam as habituais e muito irónicas saudações aos “noctívagos”, ao “povo da noite”, “às aves noturnas”, aos “amigos do escuro”, “irmãos da insónia”, à “gente que só vê o que quer ver”, aos “príncipes das trevas”, etc, etc, que é como quem diz, aos telespectadores daquele programa noturno.
Assinalado atualmente na grelha da SIC Notícias como tendo transmissão semanal ao domingo à 1h30, o programa de comentário de Pacheco Pereira sobre jornalismo e media, intitulado Ponto Contraponto, viu o seu último episódio ser transmitido este domingo. Sem explicar as razões para o fim do programa, Pacheco Pereira conduziu o episódio em formato de contagem decrescente e acabou por dizer que o programa iria “migrar para outras bandas, possivelmente com melhorias”.
Depois agradeceu a toda a equipa técnica e de produção que, ao longo dos últimos anos, esteve por detrás do programa de 15 minutos, agradeceu à SIC e a António José Teixeira, e, no final, “apagou o cenário”, ficando visível apenas a sua figura e o fundo verde do estúdio. “O cenário já desapareceu e agora vou-me apagar a mim próprio, despedindo-me com um até breve”, disse, deixando as luzes apagarem-se.
Tendo estreado em junho de 2009, o espaço de opinião semanal de Pacheco Pereira era definido pelo próprio como “um programa de opinião sobre aquilo que nos faz ter opinião: a comunicação social. Os media, os jornais, as rádios, os blogues, os livros, a televisão”. Mas as sucessivas alterações ao nível da programação da SIC Notícias foram empurrando aquele curto programa para horários casa vez mais tardios, o que fez com que Pacheco Pereira começasse (quase) todos os programas com saudações irónicas aos seus telespectadores: os mais fiéis porque, àquelas horas, só vê de facto quem quer ver, dizia.
Na compilação de “saudações” de Pacheco Pereira pode ver-se, pelo relógio no canto superior esquerdo, que as horas de transmissão do programa variavam entre a 1h30 e as 5h da manhã, o que motivava o comentador e ex-líder parlamentar do PSD a dirigir-se aos seus espectadores como “aves noturnas” ou “amigos do escuro e das insónias”.
Para trás fica também o momento em que, em dezembro de 2012, Pacheco Pereira levou para o estúdio uma kalashnikov, cedida pelo museu militar, para apresentar a arma como “um dos objetos do século XX”. Anos mais tarde, a imagem do ex-deputado social-democrata a segurar a espingarda aparece em cartazes de propaganda falsa para uma suposta candidatura às presidenciais de 2016.
Na grelha da SIC Notícias para o próximo domingo já se pode ver o programa “Os Europeus” agendado para a 1h30, depois da supressão de Ponto Contraponto. Pacheco Pereira, contudo, continua a ser comentador residente do programa de comentário político Quadratura do Círculo, transmitido à quinta-feira às 23h.