O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, defendeu este sábado o presidente do Eurogrupo, considerando que não viu nenhum insulto nas declarações de Jeroen Dijsselbloem e que as explicações que já foram dadas sobre o assunto foram suficientes.
“Como todos os leitores alemães do jornal, não fiquei ofendido pela entrevista. Mas sabemos que em outros países europeus, especialmente em Espanha, esta entrevista foi lida de forma diferente”, afirmou Schäuble numa conferência de imprensa depois da reunião de ministro das Finanças da União Europeia (Ecofin), decorreu entre sexta-feira e hoje em La Valetta, capital de Malta.
Recordando que Dijsselbloem já admitiu várias vezes que houve diferentes interpretações das suas palavras, Schäuble defendeu que “já houve explicações suficientes e que, a algum ponto, já chega” da discussão.
Jeroen Dijsselbloem foi alvo de críticas depois da entrevista ao jornal Frankfurter Zeitung, na qual afirmou, referindo-se aos países do Sul da Europa, que “não se pode gastar todo o dinheiro em copos e mulheres e depois pedir ajuda”, o que motivou o pedido de demissão pelo Governo português.
À entrada do Eurogrupo de sexta-feira, Jeroen Dijsselbloem afirmou que não se demite e mostrou-se disponível para cumprir o mandato até ao fim, ou seja, até janeiro. Hoje, Schäuble, que apoiou o ministro das Finanças holandês à liderança do Eurogrupo em 2015, considerou também que Dijsselbloem tem desempenhado bem o cargo.
Na sexta-feira, em Malta, o secretário de Estado das Finanças português exigiu um pedido de desculpas público ao presidente do Eurogrupo e manteve o pedido de demissão de Dijsselbloem feito pelo governo de Lisboa.