Lagarder Danciu, um ativista de origem romena a viver em Espanha, escreveu na sua página de Twitter que “morreu a rainha dos despejos” depois de se saber da morte repentina de Carme Chacón no último domingo. Descrito nas redes sociais como “um ativista sem teto” e “aprendiz da Universidade da rua”, Lagarder disse que Chacón tinha morrido porque “tinha problemas cardíacos, carecia de coração”. Os tweets não agradaram aos internautas: centenas de pessoas reagiram às mensagens de Lagarder e outros deixaram de seguir o ativista.
https://twitter.com/lagarder81/status/851143380281241602
As mensagens de Lagarder fazem referência às políticas adotadas por Carme Chacón enquanto esteve no Ministério da Habitação. Chacón aprovou uma medida que incentivava ao aluguer de espaços habitacionais e que permitia aos senhorios expulsar os inquilinos que demoravam demais a pagar. Lagarder defendia que “Chacón permitiu as expulsões rápidas como fórmula para proteger os proprietários de apartamentos frente a inquilinos morosos, sistemáticos e profissionais”. Nos tweets seguintes, Lagarder acusa Chacón de ser a responsável por “suicídios que não importam”. E sugere que quem lamentou a morte da política espanhola “não sente dor” pelas “pelas 50 mil pessoas sem tecto que dormem na rua”.
“Não sacrifiquem a maternidade pelo trabalho, ninguém vos vai agradecer por isso”
Mais de mil pessoas criticaram o ativista nas redes sociais. No Twitter, um dos utilizadores escreveu que “a diferença ideológica, incluindo a censura pessoal, não justifica este comentário asqueroso”. Outro utilizador escreve: “Se alguém tinha alguma dúvida de quem é este tipo, o tweet miserável retira todas”. Lagarder defendeu-se, dizendo que não percebe “porque é que ninguém diz mal de quem morre” e que não se “alegra pela morte de ninguém”. E acrescenta: “Estou a perder seguidores, mas fico feliz porque não quero ser seguido por hipócritas”.
https://twitter.com/lagarder81/status/851165219971878913
Esta não é a primeira polémica a envolver Lagarder, que se descreve no Twitter como “gay, romeno, cigano, ateu e anarquista a viajar sem rumo”. No final do ano passado, Lagarder foi agredido quando se manifestou durante uma cerimónia de homenagem a Francisco Franco. Recebeu até uma ordem de expulsão pela Brigada de Estrangeiros.