O ex-capitão do cruzeiro Costa Concordia foi esta sexta-feira condenado a 16 anos de prisão pelo seu papel no desastre de 2012, no qual morreram 32 pessoas. Francesco Schettino já tinha sido considerado culpado, em 2015, pelos crimes de homicídio involuntário, negligência na execução de funções e abandono dos seus passageiros. Esta sexta-feira, os recursos esgotaram-se e o Supremo italiano confirmou a condenação de Schettino, apesar de este continuar a defender-se dizendo que há mais culpados do desastre.
Schettino, de 56 anos, estava ao leme do Costa Concordia quando o barco embateu nas rochas perto da Ilha de Giglio, na Toscana, o que acabou por provocar estragos na estrutura do navio, finalmente fazendo-o tombar, de lado, na água. As investigações ao desastre criticaram a ação do comandante, que terá levado o navio , com quase 300 metros, a navegar demasiado perto da costa.
Durante os vários julgamentos, as provas contra o comandante foram ficando mais sólidas. Simone Canessa, o navegador do navio, disse em tribunal que Schettino lhe tinha pedido, em dialeto de Nápoles e não em italiano corrente, para mudar a rota do navio para que passasse apenas a alguns metros da costa. Canessa negou que lhe tenha sido dada uma razão para a mudança, mas terá ouvido depois que o comandante queria fazer uma saudação a partir do barco, que se conseguisse ver de terra.
Schettino foi acusado não só de negligência como também de atrasar a evacuação do Costa Concordia e de ter perdido o controlo da operação por ter abandonado o navio antes dos seus 4.200 passageiros.
Os advogados do ex-comandante, contudo, dizem que o acidente teve consequências graves por causa de falhas técnicas e organizacionais, como por exemplo o facto de o mapa do fundo do mar não ter informação sobre as rochas onde o navio embateu. Além disso, segundo disse a defesa de Schettino, os geradores do navio não funcionaram quando era preciso, deixando o navio envolto na noite escura, dificultando as manobras de salvamento.