O ex-conselheiro para a Segurança Nacional dos EUA Michael Flynn ocultou do Pentágono os rendimentos que obteve de empresas russas bem como os contactos que teve com as autoridades do mesmo país, de acordo com uma carta divulgada pelo democrata Elijah Cummings esta segunda-feira, o mesmo dia em que Flynn invocou a Quinta Emenda para recusar a sua cooperação na investigação à alegada interferência russa nas eleições presidenciais de 2016.
Em fevereiro de 2016, Michael Flynn afirmou que não tinha recebido nenhum dinheiro de empresas estrangeiras e que o contacto que teve com as autoridades de Putin não era substancial. Contudo, dois meses antes, o ex-conselheiro recebeu 45 mil dólares para participar numa gala da televisão estatal russa. As informações reveladas esta segunda-feira podem colocar Flynn em risco de uma ação judicial (punível até cinco anos de prisão), por ter mentido intencionalmente aos investigadores norte-americanos.
A carta foi tornada pública poucas horas depois de Michael Flynn ter recusado formalmente colaborar com o Senado na investigação às alegas interferências russas nas eleições presidenciais de 2016, invocando o direito constitucional contra a não incirminação. Na carta lê-se: “Precisamos de saber se o presidente, o vice-presidente, o Conselho da Casa Branca , e outros executivos de topo sabiam sobre o General Flynn – e quando souberam”, revela a CNN.
O comité de inteligência do Senado tinha ordenado ao ex-conselheiro para a Segurança Nacional que entregasse os emails que trocou com membros das autoridades russas durante o período das eleições, mas depois de invocar a Quinta Emenda não terá de o fazer. Flynn já tinha dito que estaria disposto a cooperar com as investigações se lhe assegurassem que não seria alvo de um processo criminal.
Michael Flynn renunciou ao cargo de conselheiro para a Segurança Nacional em fevereiro, depois de terem sido divulgadas informações que davam conta de que teria enganado o vice-presidente, Mike Pence, e outros funcionários sobre os contactos que teve com a Rússia.