O comissário europeu para a Imigração, Dimitris Avramópulos, apelou esta segunda-feira em Berlim a que se “atue de imediato” perante o elevado número de migrantes que morrem no Mediterrâneo e de requerentes de asilo que chegam à costa de Itália.

Numa conferência de imprensa, após a terceira mesa redonda sobre refugiados e imigração convocada pelo ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, Dimitris Avramópulos recordou que globalmente, mas em particular para União Europeia, o problema dos refugiados é um assunto de “responsabilidade comum” e de “atuação comum”.

Nesse sentido, o comissário deixou uma mensagem clara aos governos – que diferenciou claramente dos estados membros – e sublinhou que aqueles que não cumpram os acordos alcançados em comum “serão responsabilizados no futuro” por isso.

Ao mesmo tempo, aconselhou a “sair-se da crise e pensar a longo prazo”, a “ir-se além de comentários e discursos” e a garantir-se que a União Europeia “contribui” e implementa no terreno os seus compromissos.

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“Vivemos numa era de mobilidade”, recordou, salientando que “a questão não é como pará-la, mas como geri-la melhor”.

Na mesma linha de pensamento, a representante especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Migração Internacional, Louise Arbour, assinalou que o objetivo não é colocar barreiras à mobilidade, mas sim melhorá-la e garantir uma migração “segura, ordenada e regular”.

Já o diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações, William Swing, aludiu aos principais desafios que levam as pessoas a abandonarem os países de origem, e destacou as catástrofes naturais, os conflitos sem resolução à vista, os desequilíbrios demográficos e o elevado desemprego juvenil.

Os grandes fluxos de migração não são um problema que seja preciso resolver, mas uma realidade que é preciso gerir”, afirmou.

Por último, o ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, Sigmar Gabriel, sublinhou a importância de uma Europa forte e a necessidade de compensar “a perda dos Estados Unidos como nação importante”.

O ministro aludiu à Alemanha e à sua “ortodoxia financeira”, que “relega para um canto” outros países e recordou que há uma relação direta com outros países comunitários para colaborarem com os alemães nesta matéria.

Nesta terceira mesa redonda participaram ainda o comissário da ONU para os refugiados, Filipo Grandi, e o secretário-geral da Federação Internacional de Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, Elhadj As Sy.