Para os fãs mais acérrimos de Nirvana, e especialmente de Kurt Cobain, a banda de grunge norte-americana deixou, nos finais da década de 80 e início de 90, um legado difícil de igualar. Muitos seguiam os acordes, as melodias e as letras, mas outros tantos esforçaram-se por igualar as roupas e o aspeto do vocalista: as camisas vintage, as sapatilhas Converse All Star e o cabelo loiro desalinhado. A inspiração no palco depressa se faz de desentendida no armário. Uns notam, outros desvalorizam.
Para Ana Dias, de 19 anos, o tipo de música preferida “influencia muito” o que cada pessoa veste nos festivais e no dia-a-dia. “Consegue-se perceber através do estilo quem ouve indie ou rock”, diz, ansiosa pelo concerto de Bon Iver. Miguel, de 23 anos, vai mais longe: “Não é só a forma de vestir, os artistas também influenciam na forma de agir.” Ambos vieram ao Parque da Cidade, no Porto, para mais um dia de NOS Primavera Sound.
Já as duas amigas, Marita e Louisa, ouvem de tudo e não acreditam que a sua aparência reflita os seus gostos musicais. “Na Inglaterra e na Irlanda, as pessoas vestem-se somente para os festivais. Aqui, acho que é como num dia normal”, diz Louisa.
Do outro lado estão André e Cristina, do Brasil, que veem a moda a entrar nos festivais de música com alguma apreensão. Para o músico de 37 anos, que atuou no ano passado no Primavera Sound de Barcelona, “se o estilo for mais importante que o festival pode ser um bocadinho fútil, porque a música fica para segundo plano”.
No segundo dia de NOS Primavera Sound houve de tudo, como pode comprovar na fotogaleria. O festival despede-se este sábado do Parque da Cidade, no Porto.
