O Ministério da Defesa da Rússia acredita que terá conseguido matar o líder do chamado Estado Islâmico, Abu Bakr Al Bagdadi, num ataque aéreo de final de maio. A neutralização de Al Bagdadi terá ocorrido numa intervenção na cidade síria de Raqqa, segundo informação das agências noticiosas russas.

“De acordo com informação que está agora a ser confirmada através de vários canais, o líder do Estado Islâmico Abu Bark Al Bagdadi também estava presente na reunião”, afirma a agência RIA, citando o ministério. A reunião em questão foi um encontro de líderes da organização terrorista, a 28 de maio, que os russos conseguiram intercetar e atacar. Abu Bark Al Bagdadi “terá sido neutralizado” no ataque, pode ler-se nas declarações citadas pela Reuters.

O Governo russo parece estar confiante de que Bagdadi estava, mesmo, naquela reunião. Não fica claro, num comunicado escrito com muitas cautelas, se a Rússia já sabia que Bagdadi estaria naquela reunião quando a atacou ou se essa possibilidade só surgiu mais tarde.

Mas esta não é a primeira vez que surgem rumores sobre a morte deste iraquiano. Em março de 2015 houve notícias de que teria ficado gravemente ferido após um ataque norte-americano, mas as informações insistentes nesse sentido não foram confirmadas.

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Em 2011, os EUA lançaram uma recompensa de 10 milhões de dólares para quem prestasse informações que levassem à captura ou morte deste líder do Estado Islâmico. No final de 2016, os EUA aumentaram essa recompensa para 25 milhões — a mesma recompensa que é dada pela captura do líder da Al-Qaeda, Al-Zawahiri.

Conhecido como o “sheik invisível”, nos EUA é acusado de vários crimes, incluindo o rapto e sucessiva violação de Kayla Mueller, cidadã norte-americana que morreu na Síria.

O vídeo em que Kayla Mueller, morta pelo Estado Islâmico, pede ajuda

As autoridades russas, que intervêm na Síria em apoio ao regime de Bashar Al-Assad, estão confiantes de que Abu Bakr Al Bagdadi estaria entre as vítimas do ataque de finais de maio, que terá matado cerca de 30 membros relevantes do Estado Islâmico e até 300 soldados. A reunião serviria, segundo as agências, para a cúpula do Estado Islâmico conversar sobre uma eventual saída de Raqqa, considerada a “capital” do auto-proclamado Estado Islâmico.

Bagdadi terá nascido em Samarra, norte de Bagdad, em 1971. Acredita-se que trabalhava numa mesquita iraquiana quando os EUA invadiram o Iraque, com os aliados, em 2003. Há relatos que dizem que o iraquiano já era um jiadista antes dessa invasão, ainda no tempo de Saddam Hussein, mas outros relatos dizem que só se radicalizou enquanto esteve detido no Camp Bucca, uma infraestrutura controlada pelos EUA, no sul do Iraque, onde Bagdadi passou quatro anos.