Tinnitus, acufenos ou, simplesmente, zumbidos. Trata-se de um problema auditivo que afeta uma em cada cinco pessoas, é um sintoma (e não uma doença) que pode ter várias causas, entre elas, a exposição prolongada ao ruído. É um problema dos tempos modernos, particularmente sentido nas grandes cidades e associado a profissões e estilos de vida.
Os números devem ser levados a sério: mais de mil milhões de pessoas estão em risco de perda auditiva em todo o mundo devido ao hábito constante de ouvir música em alto volume durante longos períodos de tempo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde. O uso excessivo dos auscultadores e a frequência de locais onde se ouve música demasiado alta (bares, discotecas, espetáculos ao vivo) estão na origem do zumbido agudo e persistente que se traduz, a prazo, na perda efetiva de audição.
Se depende de cada um ajustar o volume do que toca nos auscultadores, já nos espaços públicos há pouco a fazer. Quanto mais alta a música mais é preciso berrar para nos fazermos ouvir, gerando-se um círculo vicioso. A introdução vai longa mas justifica-se porque não é preciso ser radical ao ponto de desligar a música (embora às vezes apeteça), existem no mercado soluções económicas para reduzir o volume do mundo à nossa volta.
Quando é que a música está demasiado alta?
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O som não é mais do que ar (ou outro meio) a vibrar e o decibel (dB) é a unidade logarítmica usada para medir a pressão sonora.
É amplamente aceite pelos especialistas que a partir dos 80/85 dB entramos no limiar do perigo de provocar danos nos ouvidos. Um espetáculo de música pop/rock/eletrónica ao vivo pode chegar facilmente aos 120 dB.
Existem vários tipos de tampões para os ouvidos: redutores de som ajustados para trabalhos pesados e ruidosos ou para dormir; específicos para ouvir música, através de filtros que reduzem o volume sem comprometer a qualidade do som; e, claro, os tampões para evitar a entrada de água nos ouvidos, muitas vezes usados para todo e qualquer serviço. Sejamos claros: para cada função existe um tampão.
Os redutores de som ou supressores de ruído são um recurso antigo (ainda há quem use bolas de algodão) e amplamente disponível em farmácias e supermercados, mas a maioria é pouco elegante e pouco eficiente quando o objetivo é ouvir música. Para esse efeito, existem filtros específicos. Os de silicone estão cada vez mais evoluídos, há vários anos que são companheiros indispensáveis em concertos de sala e festivais de música. De início estranha-se, mas o hábito instala-se depressa: porque ouvem-se melhor as vozes e os instrumentos, porque é possível manter uma conversação sem gritar (estes filtros não cortam as principais frequências da voz humana) e, sobretudo, porque previne a perda auditiva e minimiza a ocorrência dos tais acufenos irritantes.
Em 2016 chegou ao mercado uma alternativa ao inestético silicone (ninguém gosta de estar numa discoteca ou concerto a fazer má figura). Os Isolate da Flare são feitos de uma pequena estrutura de alumínio ou titânio (a parte que fica visível), no qual se acopla um tampão de esponja (que fica no interior do canal auditivo). À nobreza dos materiais junta-se uma variedade de cores e dois tamanhos, Isolate e Isolate MiNi. Ambos cumprem a mesma função, a diferença está no tamanho.
Testámos com particular interesse os Isolate MiNi, por serem suficientemente pequenos para dormirmos com eles e porque são, visualmente, bastante discretos. O mais relevante é a dupla função da linha Isolate: reduz o volume sem comprometer a qualidade do som (que é o que se pretende para ouvir música) mas funcionam, ao mesmo tempo, como bloqueadores de ruído.
A prova dos Isolate MiNi decorreu em várias situações. Em concertos, o desempenho é em tudo idêntico às soluções que conhecemos feitas de silicone. Em ambientes ruidosos, conseguem reduzir substancialmente o desconforto auditivo. Durante a noite, mostraram-se confortáveis o suficiente para não magoar a orelha ou o ouvido, bloqueando completamente os sons dos carros a passar na rua e as conversas dos vizinhos de cima. No avião, suprimem quase na totalidade o barulho persistente do motor. Já numa viagem de moto mostraram-se pouco eficazes, porque não conseguem atenuar as frequências do som do vento que se faz ouvir por debaixo do capacete — neste caso concreto, não o trocamos pelo filtro específico da Alpine — o único que conhecemos e podemos utilizar neste tipo de comparação, sempre subjetiva.
Em resumo, a grande vantagem dos Isolate da Flare são o facto de serem uma espécie de tudo-em-um, porque são capazes de reduzir o volume da música sem comprometer a qualidade, ao mesmo tempo que bloqueiam os sons indesejados. A explicação, de acordo com a marca, está nos materiais utilizados: o alumínio e o titânio (que experimentámos) são muito mais densos que o silicone, conseguindo bloquear com eficiência, ao mesmo tempo que permite a passagem do som para ouvido interno através da condução óssea, ou seja, por vibração.
Os filtros específicos que se acoplam nos tampões de silicone podem até ser mais eficientes, mas exigem a troca para cada função (um para ouvir música, outro para ruído industrial, outro para andar de moto, etc). A vantagem dos Isolate é a de poderem ser usados, com eficácia, em praticamente todas as situações — falharam apenas no teste do capacete. E o facto de terem muito mais pinta que os tampões de silicone.
Os Isolate da Flare são fáceis de utilizar, cada kit inclui uma bolsa de transporte e cabeças de esponja em três tamanhos – S, M e L, porque os canais auditivos não são todos iguais. Estão disponíveis em alumínio de várias cores e em titânio. Encontra mais detalhes neste link. Preços de conjunto a partir de 37 euros, as esponjas de substituição custam 15€.