Este domingo, a Polícia de Segurança Pública (PSP) assinala o 150º aniversário com a exposição “150 anos da PSP”, na Praça do Comércio, em Lisboa, aberta ao público das 10h30 às 19h00. Cento e cinquenta anos depois de, a 2 de julho de 1867, o rei D. Luís ter feito nascer a Polícia Cívica em Lisboa e no Porto, o que mudou? Tudo. A designação atual da força de segurança só surgiu, aliás, 26 anos depois, com a reforma que dividiu a polícia cívica em três ramos: a PSP, a Polícia de Inspeção Administrativa e a Polícia de Investigação Judiciária e Preventiva.
Nestes 150 anos, foram várias as tensões sociais e políticas que atravessaram o país, começando com os protestos anti-monárquicos da altura, passando pelo regicídio de 1908. Mas foi sobretudo no Estado Novo, entre 1933 e 1945, que a PSP começou a caminhar para uma força policial cada vez mais militarizada.
Entre 1920 e 1943 o número de agentes da PSP cresceu substancialmente, passando de 3.729 elementos para 7.005, e foi a partir daí que a força de segurança começou a dividir-se em diferentes unidades, criando os vários serviços que hoje conhecemos. A maioria dos benefícios sociais que protege os agentes e as famílias só surgem na década de 1960, bem como a primeira Escola Prática de Polícia.
Depois do 25 de abril de 1974, a PSP passou a limitar as suas intervenções ao mínimo para não ser conotada com o antigo regime. Até 1976, a indefinição no seio da PSP foi grande e a atuação policial voltou a privilegiar a vertente cívica: primeiro a prevenção e só em último caso a repressão. A entrada de mulheres na PSP só acontece em março de 1980, mas apesar das 14 mil candidaturas, apenas 312 integram os comandos.
Entre 1974 e 1985, a ação dos governos incidiu no restabelecimento da autoridade democrática do Estado e na defesa do prestígio das forças de segurança, enquanto garante da ordem, da segurança e das liberdades democráticas. E é aqui que se inicia a criação de uma força cada vez menos militarizada, mais próxima do cidadão, da qual a Escola Segura é um exemplo.