Os chefes negociadores da União Europeia e do Reino Unido para o Brexit manifestaram-se, esta quinta-feira, satisfeitos com os progressos feitos esta semana na segunda ronda de negociações, mas Bruxelas considera “indispensável” mais clarificações sobre as posições de Londres.
Numa conferência de imprensa no final da segunda ronda de negociações, que decorreu ao longo desta semana em Bruxelas, Michel Barnier e o secretário de Estado britânico David Davis concordaram que foram feitos progressos na identificação dos “pontos de convergência e de divergência”, mas ainda assim o negociador-chefe da UE quer mais “clarificações” na próxima ronda negocial.
“A primeira ronda, em junho, foi a da organização; esta semana foi o momento da apresentação; a terceira (ronda) deve ser a da clarificação. E nós precisamos dessa clarificação“, disse Barnier, apontado em particular os temas da chamada ‘fatura’ financeira que o Reino Unido deve pagar por sair da União e a questão (prioritária do ponto de vista da UE) dos direitos dos cidadãos europeus, além das matérias ligadas com a Irlanda.
Barnier, mandatado para negociar em nome da UE a 27, explicou que o objetivo para esta ronda de negociações era “começar a trabalhar na substância e também a continuar a construir a confiança” entre as partes, o que considera que foi alcançado, comentando que ficou demonstrado que é mais fácil negociar “quando as posições são claras”.
Apontando que “permanece uma divergência fundamental” na questão de como garantir os direitos dos cidadãos europeus a residir no Reino Unido após a concretização do Brexit, o negociador-chefe da União Europeia disse que espera que a próxima ronda sirva para “identificar as razões das divergências”, de uma forma mais detalhada.
Já David Davis afirmou-se “encorajado pelos progressos” realizados esta semana, mas advertiu que “não se pode esperar grandes progressos em todas as rondas”.
No geral, estou encorajado com os progressos que fizemos no sentido de compreender as posições uns dos outros ao nível dos direitos dos cidadãos, do acordo financeiro e em torno da Irlanda e Irlanda do Norte”, declarou.