A Câmara Municipal de Lisboa “está a proceder ao reforço da instalação de medidas passivas de segurança na via pública, tendo em vista melhorar a proteção em zonas com elevada afluência de pessoas”. Após o duplo atentado de Barcelona — que levou várias autarquias espanholas a criarem barreiras físicas em zonas com grande concentração de pessoas — a câmara de Lisboa emitiu este domingo um comunicado onde revela que “esta intervenção está a ser feita em coordenação com a PSP, na zona do Chiado, Rua Augusta e Mosteiro dos Jerónimos“.

A câmara não especifica que tipo de medidas são estas (se inclui, por exemplo, a criação de obstáculos físicos), nem se está a fazer esta alteração na sequência dos atentados, mas explica que se tratam de “soluções compatíveis com o acesso rápido para eventuais operações de socorro, em particular por parte de bombeiros ambulâncias”.

Na sexta-feira o Observador questionou a autarquia sobre se estaria a tomar medidas adicionais após os atentados de Barcelona, mas até agora não obteve qualquer resposta oficial. No entanto, fonte da autarquia explicou na sexta-feira ao Observador que “em eventos como o Super Bock/Super Rock” ou a passagem de ano no Terreiro Paço foram colocados “blocos de betão desordenados e espigões de ferro que impedissem camiões de circular”. O mesmo aconteceu no Nos Alive, que se realizou em Algés (Oeiras).

Outra fonte da autarquia lembrou que “não se podem colocar, sem planeamento blocos de cimento na rua Augusta”, recordando que “no grande incêndio dos Armazéns do Chiado um dos problemas foi precisamente os camiões de bombeiros não terem conseguido passar por uma estrutura de lazer para peões que tinha sido colocada pelo executivo de Krus Abecassis”.

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Governo confirma que medidas de segurança foram motivadas pelos ataques na Europa

A colocação de barreiras de segurança em Lisboa estava em estudo há meses devido aos ataques terroristas que têm ocorrido na Europa através do atropelamento de pessoas, disse à Lusa fonte do Ministério da Administração Interna.

A fonte explicou à Lusa que a colocação de barreiras de segurança/contenção no Chiado, Rua Augusta e Belém, que hoje começou, estava a ser estudada há algum tempo devido ao novo ‘modus operandi’ de ações terroristas ocorridas na Europa, nomeadamente com veículos a atropelar pessoas em passeios, praças, avenidas ou passeios marítimo muito movimentados.

Em comunicado, a Câmara Municipal de Lisboa (CML) explicou que está a proceder ao reforço da instalação de medidas passivas de segurança na via pública, tendo em vista melhorar a proteção em zonas com elevada afluência de pessoas e que se trata de “soluções compatíveis com o acesso rápido para eventuais operações de socorro, em particular por parte de bombeiros e ambulâncias”.

A fonte do Ministério referiu que estas barreiras [blocos New Jersey] já são utilizadas em várias cidades europeias, após as ações terroristas de Nice (França), Londres, Berlim ou Estocolmo.

Estas medidas surgem dias depois de a região da Catalunha, Espanha, ter sido alvo de dois ataques terroristas, que fizeram um total de 14 mortos e 135 feridos, com a utilização de viaturas que atropelaram pessoas indiscriminadamente.

A facilidade com que a furgoneta que na quinta-feira percorreu metade das Ramblas, onde entrou desde a Praça da Catalunha, em Barcelona, tem sido apontada como uma falha na segurança por populares e organizações.

Esta questão foi rejeitada pela presidente da Câmara de Barcelona, que defendeu que não seria possível evitar um atentado, porque se houvesse barreiras, os terroristas teriam conseguido entrar por outro lado.