O Governo e a empresa Embraer assinalaram esta segunda-feira o início das negociações para a compra de cinco aeronaves KC-390, com o objetivo de ter as primeiras três a operar em fase de adaptação até ao final de 2021.

A equipa, liderada pelo diretor-geral de Recursos do Ministério da Defesa Nacional, Alberto Coelho, terá de apresentar até 26 de outubro um “relatório detalhado” que identifique os “aspetos relevantes e necessários à introdução” do KC-390 na Força Aérea Portuguesa (FAP), com “opções para a decisão final”.

O relatório deverá identificar opções de financiamento, custos associados e cronogramas “com o objetivo de se atingir a Capacidade Operacional Inicial até ao final de 2021”, o que pressupõe pelo menos três aeronaves a operar em fase de adaptação, disse à Lusa fonte oficial.

Na cerimónia, que decorreu no ministério da Defesa, em Lisboa, Alberto Coelho manifestou a intenção de “levar a bom aeroporto” um projeto iniciado em setembro de 2010, lembrando a declaração de intenções assinada nessa data entre os ministros da Defesa do Brasil e de Portugal para alargar a cooperação no setor aeronáutico.

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Pegando na expressão usada pelo coordenador da equipa, o ministro da Defesa, Azeredo Lopes, destacou que se for levado a “bom aeroporto”, o projeto representará um “investimento muito significativo” para a Força Aérea, mas não referiu qualquer estimativa ou valor previsto para a aquisição das aeronaves.

O ministro da Defesa disse, contudo, que a aquisição dos cinco ou seis KC-390, para substituir os C-130 da FAP, mais um simulador de voo, representa um “investimento pesado” do Estado português que se justifica também pelo impacto que tem na economia portuguesa.

É importante para o Estado português e Forças Armadas porque representa um investimento muito significativo e que já era urgente. Se tudo correr bem, virá a substituir outras [aeronaves] que já teve décadas de bons e leais serviços”, disse.

Por outro lado, sublinhou, numa altura em que se discute o reforço do investimento em Defesa no âmbito da NATO, a compra “terá um impacto muito relevante nas métricas utilizadas para avaliar o esforço de cada um dos membros das alianças” em que Portugal participa.

O avião de carga reforçará as capacidades de transporte, busca e salvamento, evacuações sanitárias e deverá incluir as capacidades de reabastecimento em voo e de combate a incêndios, ficando com a vertente militar e civil.

Presente na cerimónia, o chefe do Estado-Maior da Força Aérea, Manuel Rolo, adiantou aos jornalistas que espera, no âmbito desta negociação, a aquisição de “dois `kits´ de combate a incêndios”, ou para lançar água ou para lançar “calda retardante” para instalar na aeronave quando for necessário.

Do lado da Embraer, o diretor-executivo da empresa, Jackson Schneider afirmou-se “muito feliz” e considerou o dia “histórico”, manifestando-se convicto de que haverá “um contrato fantástico para celebrar rapidamente”.

O responsável admitiu que a assinatura do primeiro contrato internacional a assinar com Portugal permitirá avançar para outras negociações contratuais no mundo.

O programa cooperativo de desenvolvimento e produção do KC-390 integra Portugal, Brasil, República Checa e Argentina.

A equipa iniciou funções em 15 de agosto e é composta por 13 elementos, dos ministérios da Defesa Nacional, da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, das Finanças e da Força Aérea Portuguesa.