A pouco mais de meia hora de Lisboa, há uma série de razões para deixar a cidade e se entregar à descoberta. Falamos da Arrábida, ou melhor, de tudo aquilo que maravilha a vista e que se situa entre Setúbal e a vila piscatória de Sesimbra.

Junto ao mar, o Parque Natural da Arrábida não é apenas uma imensidão de área. Na verdade, são cerca de 17.000 hectares, dos quais mais de 5.000 são de superfície marinha – com tudo o que isso significa de um profundo contraste entre os tons esbranquiçados das falésias de calcário, o azul das águas, e o verde do manto vegetal que cobre a serra. Desta conjugação de cores só poderia resultar um quadro único, que se pinta de acordo com as estações, mas que tem sempre presente o seu maior argumento: a natureza.

Quem se perde por estas bandas tem o privilégio de contactar com a natureza no seu estado mais puro. Tanto que se trata de uma área protegida. E abençoada: à riqueza da flora soma-se a diversidade da fauna, e tudo isto é coroado com trilhos e grutas para explorar, quase sempre de olho no Atlântico. De voos de parapente ao mergulho, passando pela espeleologia ou até a escalada, actividades radicais não faltam para fazer por aqui, qualquer uma delas permitindo admirar a beleza deste pedaço de Portugal de uma perspectiva bem particular.

Mas, para quem se presta pouco a aventuras e tem mais prazer em estender a toalha e deixar-se banhar pelo sol, este é também um destino recomendado. Na realidade, muito bem recomendado. O encontro da serra com o mar materializa-se numa espécie de cordão de praias, qual delas a mais bela. Cada uma com os seus atributos e encantos particulares. O difícil é escolher onde ficar: Figueirinha, Portinho da Arrábida, Galapos ou Galapinhos? Ainda há mais, mas bastou esta última para levar o nome de Portugal além-fronteiras. Galapinhos foi eleita, entre 15 praias de seis países, o melhor destino europeu de 2017. O acesso chega a ser tortuoso, mas a recompensa é mais que gratificante. Dificilmente a natureza intocada encontra melhor representante.
É certo que o Portinho da Arrábida serve de ilustração para postais e que a praia de Galapinhos fez a mancha de várias publicações internacionais, mas há muito mais por descobrir, ver e provar. Sabe, por exemplo, onde surgiu a famosa torta de azeitão? Pois, a receita mantém-se e continua na família. E já ouviu falar na brecha da Arrábida? Ou, só para aguçar ainda mais a sua curiosidade, já viu algum altar no interior de uma gruta? Começando numa ponta e terminando noutra, em poucos minutos, aqui ficam umas pistas:

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Se pretende prolongar a sua estadia por alguns dias, tem várias opções à escolha. Afinal, sempre estamos a falar de um território que abrange três concelhos – Palmela, Sesimbra e Setúbal. Pelo que as opções se dividem entre acomodações mais urbanas, outras debruçadas sobre o mar e, ainda, no coração da serra. Aqui ficam algumas sugestões, bem em conta.

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No capítulo gastronómico, como não poderia deixar de ser, o peixe e o marisco são reis e senhores. Ficam bem no prato, sabem melhor na boca, e são ainda mais apreciados numa mesa com vista para o mar. Restaurantes que ofereçam cada um destes atractivos são muitos, agora, que conjuguem os três, não são assim tantos.

Os gourmets mais exigentes saberão que o prato principal está longe de ser o principal ingrediente de uma refeição à altura da tradição da região, que é, ao fim ao cabo, uma festa de aromas e de sabores. Quem nunca provou um queijinho de Azeitão ou ficou com água na boca só de se imaginar a dar uma trinca na torta de Azeitão? De entradas e de sobremesas, estamos conversados. Para acompanhar, convém ter presente que esta terra é famosa também pela qualidade das suas uvas. Do Moscatel aos néctares da Bacalhoa ou da José Maria da Fonseca, a dificuldade é só uma: escolher o rótulo que melhor serve o momento. Aqui ficam algumas sugestões:

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As praias da Arrábida são muito procuradas no Verão, mas esta estação está longe de ser aquela que permite apreciá-las com toda a tranquilidade. Estender a toalha e ler um livro, em pleno Inverno, pode ser algo radical. Mas não tanto quanto um voo de parapente ou incursão serra adentro. São múltiplos os programas que se podem fazer, de passeios todo-o-terreno à escalada ou, até mesmo, à exploração de grutas. Quem não se atrever a tanto pode continuar de copo na mão e fazer uma prova de vinhos numa das várias quintas da zona. Eis algumas propostas:

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