Paul Gascoigne passou por Newcastle e Tottenham antes de chegar à Lazio, onde esteve entre 1992 e 1995, e jogou ainda no Glasgow Rangers (Escócia), no Middlesbrough, no Everton, no Burnley, no Gansu Tianma (China) e no modesto Boston United, já em final de carreira. Mas fixemo-nos neste vídeo aqui abaixo de 3:46 minutos feito por um adepto do clube de Roma para entrarmos ou recordarmos o que era o mundo de Gazza, “o médio com mais talento natural da sua geração” como defende o Museu Nacional de Futebol, e dos seus fãs.
Este jogador que fixava as câmaras com ar de gozo quando chegava a um estádio é o mesmo que um dia disse que o companheiro de seleção Paul Ince parecia uma Guinness e só lhe apetecia correr atrás dele num jogo onde o médio abriu a cabeça e estava a jogar com uma ligadura. Este jogador que se fartava de brincar nos treinos é o mesmo que um dia decidiu conduzir o autocarro do Middlesbrough mas foi contra um poste. Este jogador que apanhava sustos com tigres e cobras quando se aventurava um pouco mais em reportagens é o mesmo que um dia pensou que Rijkaard era um país. E era um jogador fabuloso, com um talento incrível. Gascoigne teve uma infância difícil e era conhecido pelas suas excentricidades, mas conseguia fazer em campo o que poucos conseguem.
Após abandonar o futebol, o inglês teve uma curta e pouco conseguida experiência como treinador no modesto Kettering Town, mas foi pelas notícias negativas que continuou a fazer capas: os problemas de violência doméstica que já tinham levado ao divórcio no primeiro casamento; a acusação de fuga aos impostos que, em tribunal, viria a comprovar a sua bancarrota; as acusações de frases racistas; as constantes entradas e saídas de clínicas de reabilitação por causa dos problemas com álcool e drogas; a agressão a um fotógrafo; as entradas nas urgências de hospitais, incluindo uma após uma zaragata num hotel onde caiu das escadas abaixo.
Entre amigos, antigos companheiros e agentes, houve sempre um enorme receio pelas constantes recaídas de Gazza mas sentiu-se alguma coisa a mudar no ano passado: recuando uns meses, há uma entrevista em maio no programa “Good Morning Britain” onde a forma engasgada e envergonhada como falava de 2016 como o pior período da sua vida parecia antever uma mudança que se viria a confirmar. Aliás, existe até uma outra curiosidade sobre a referida aparição – estava com dedos da mão e o pulso ligados após confrontar ladrões que se preparavam para fazer um assalto perto da sua casa, num ato de heroísmo aplaudido pelas testemunhas.
https://twitter.com/Paul_Gascoigne8/status/950469236782190594
Agora, 2018 abriu com outra novidade: superados os problemas que tiveram início numa infância complicada em termos familiares e que motivaram um constante estado depressivo, Paul Gascoigne anunciou de cara renovada o seu aparecimento nas redes sociais e tem estado bastante ativo nos últimos dias, com várias publicações onde reforça essa ideia de “segunda vida” com a hashtag #gazzasback! E tão depressa se podem encontrar fotografias de agora com outros ex-jogadores, como Alan Shearer, como imagens de quando era jogador e tinha acesos duelos com o antigo médio de Wimbledon, Leeds ou Chelsea (agora ator) Vinnie Jones, por exemplo.
https://twitter.com/Paul_Gascoigne8/status/950021808668971008