Parece que beber água ‘crua’ é a nova moda. Surgiu nos Estados Unidos, em Silicon Valley, e consiste na utilização de água, para beber, que não passa por qualquer tratamento ou filtragem. A ideia é beber tal como surge na natureza. Há empresas que estão já a aproveitar esta nova moda para fazer lucro, tanto em Silicon Valley como em outras zonas de São Francisco, segundo o jornal El País. Mas por que razão o movimento está a ter tanto êxito?

Os vendedores e defensores desta prática afirmam que se trata de água “externa à rede” e que, por essa razão, não contém químicos, o que torna a água “rica em minerais”. Os adeptos defendem, assim, que esta água mais pura é melhor para a saúde uma vez que não passa por canos de chumbo nem há qualquer adição de flúor.

Contudo, e de acordo com um especialista que falou à ABC News, esta água pode conter pesticidas, bactérias e vestígios de excrementos de animais, já que é retirada de rios, nascentes ou diretamente da chuva. O que, na prática, pode ter efeitos nocivos para a saúde — “Á agua ‘crua’ pode conter bactérias e parasitas como a E. Coli, Giárdia ou Cryptosporidium”, que podem provocar diarreias e desidratação.

A empresa Live Water é uma das que presta este serviço e cada litro de água ‘crua’ custa mais de três euros, o que não parece afastar os consumidores que estão cada vez mais interessados em estar em contacto direto com a natureza.

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Água potável contaminada

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), mesmo a água potável é causa de muitos problemas de saúde a nível mundial. A água potável contaminada provoca 502 mil mortes por ano, e é, supostamente, um produto que passou por todos os processos de esterilização e filtragem.

Assim o número de mortes causado por esta água, na sua forma mais pura, poderá ser exponencialmente maior, já que, para além das bactérias e parasitas, também se encontram nela produtos químicos que estão no solo e nas rochas e que podem ser tóxicos se ingeridos em grandes quantidades.