O líder máximo da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), Edir Macedo, decretou na quinta-feira um jejum de notícias, entretenimento, literatura secular e desporto aos fiéis daquela denominação evangélica. Durante 21 dias, entre 25 de janeiro e 14 de fevereiro, os fiéis da IURD não poderão ler livros que não sejam religiosos, não poderão assistir a desportos nem ler notícias.

O período chama-se “Jejum de Daniel” e junta ao jejum alimentar o desaconselhamento de todas estas atividades não relacionadas diretamente com a religião. Num vídeo publicado no YouTube, Edir Macedo explica que este “sacrifício de 21 dias” serve para que os fiéis deixem que os seus pensamentos sejam “invadidos apenas pelos pensamentos de Deus”.

Edir Macedo explica que o período serve para uma “desintoxicação de informações seculares“. “Não vamos ler romances, não vamos ler a literatura comum, não vamos beber da música do mundo, não vamos divertir-nos, não vamos curtir o desporto, nada disso”, diz o líder da IURD, ao mesmo tempo que sugere aos fiéis que comprem um livro para os ajudar a “preparar-se” para o jejum.

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“A pessoa não deixa de comer, nem de beber, mas vai fazer jejum de notícias, de informações, de desporto, de entretenimento”, diz o multimilionário brasileiro no vídeo, publicado esta quinta-feira na Internet, sublinhando que “só quem obedecer vai atingir o Espírito Santo“.

Vamos pensar sobre as coisas de Deus, vamos conversar sobre as coisas de Deus, vamos sonhar sobre as coisas de Deus“, continua o fundador da IURD no vídeo. O último dia do jejum será marcado por uma celebração para a qual os fiéis deverão estar “purificados” e “limpos”.

O “jejum de notícias” é decretado numa altura em que a IURD tem sido objeto de notícia na imprensa portuguesa quase diariamente, na sequência da reportagem ‘Segredo dos Deuses’, da TVI. Na reportagem, é divulgada uma alegada rede de adoções ilegais através de um lar para crianças que a IURD manteve em Portugal na década de 1990.

Seis grandes questões que ainda estão por responder no caso das adoções ilegais na IURD

De acordo com a TVI, vários bispos da IURD — incluindo o fundador, Edir Macedo — terão adotado ilegalmente crianças em Portugal, retiradas às famílias biológicas, e levadas para o Brasil e Estados Unidos. Tudo isto terá acontecido com a permissão da Justiça portuguesa, da Segurança Social e da Santa Casa da Misericórdia. A igreja tem negado todas as acusações.