A marca de cosméticos Hard Candy tentou comercializar perfumes e maquilhagem com a marca “MeToo”, mas o resultado não foi o pretendido. A marca foi criticada por se estar a aproveitar da hashtag (associada ao movimento de denúncia dos casos de assédio sexual que se tornou viral depois dos escândalos sexuais em Hollywood), para vender mais.
Aquilo que poderia ter sido uma boa jogada, acabou por ficar visto como uma atitude oportunista, com muitas pessoas, principalmente mulheres, a comentarem o caso nas redes sociais.
Jerome Falic, presidente executivo do Grupo Falic Fashion, do qual a marca americana faz parte, disse à Refinery29 que planeava doar o lucro obtido para uma organização #MeToo — contudo, não há uma única instituição ou organização assim denominada, segundo o mesmo site.
Apesar das declarações de Jerome Falic, a marca não foi poupada a críticas. A conta theGrio.com perguntou no Twitter por que razão as pessoas estão a utilizar a hashtag #MeToo para fazer publicidade quando esse não é, de todo, o seu propósito.
First TV shows, now a beauty company called 'Hard Candy' is trying to trademark #MeToo for their products. #MeToo is not a movement for profit, for press, or for publicity, so why are so many people treating it this way? https://t.co/ytpQtkMcuw pic.twitter.com/ODCJ9cJS2k
— theGrio.com (@theGrio) January 18, 2018
???????? good! This was disgusting and shady and hard candy knew it #metoo doesn’t belong to a company https://t.co/8MkdgErNgU
— Fee (@Makeupbyfee) January 19, 2018
Devido à indignação que se fez sentir nas redes sociais e a todas as críticas de que foi alvo, a Hard Candy está a retirar o pedido de marca registada. A Quartz pediu um comunicado à marca americana, mas ainda não obteve qualquer resposta. Contudo, há já um comunicado enviado a outros meios de comunicação.
A Hard Candy escreve que, como uma marca dedicada às mulheres, “tem vindo e vai continuar a apoiar os direitos das mulheres”. O comunicado refere que quando o pedido de marca registada de #MeToo foi arquivado, “um dos nossos objetivos era trazer uma maior consciencialização para este importante movimento”, dizendo ainda que “planeamos doar todos os lucros decorrentes” para a #MeToo (instituição ou organização, que segundo a Refinery29 não existe). “Com base em vários comentários, abandonámos o pedido. Vamos continuar a apoiar o trabalho deste movimento e outras causas que respeitem a dignidade das mulheres e de todas as pessoas”, conclui.
Houve quem pedisse que não se comercialize a #MeToo e quem ficasse surpreendido com o ‘golpe’ da Hard Candy.
Even if donating some proceeds, please don’t commercialize #MeToo. It’s icky. https://t.co/wJs9gPz8F7
— S.E. Cupp (@secupp) January 17, 2018
https://twitter.com/daniecal/status/954460716760739840?ref_src=twsrc%5Etfw&ref_url=https%3A%2F%2Fquartzy.qz.com%2F1185380%2Fbeauty-brand-hard-candy-tried-to-trademark-metoo-to-sell-cosmetics%2F