Vladimir Migutin é um engenheiro de software numa empresa em Israel, mas nasceu na Bielorrússia em 1986. Foi nesse ano que ocorreu o acidente nuclear de Chernobyl, quando uma explosão seguida de incêndio levou ao lançamento de grandes quantidades de partículas radioativas para a atmosfera que afetaram a (então) União Soviética e a Europa Ocidental.
Agora com 32 anos, Vladimir decidiu pegar na máquina fotográfica, que usa nos tempos livres, para revisitar os lugares de onde tem melhores memórias. Foi então a Pripyat, que ficava relativamente perto de Minsk, onde nasceu. Mas com uma ideia diferente em mente.
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Vladimir Migutin saiu da União Soviética quando os pais decidiram emigrar para Israel tinha o fotógrafo tinha cinco anos. Nunca mais voltara à terra natal. Movido pela curiosidade que tinha sobre Chernobyl, Vladimir pesquisou por grupos de excursões que fossem até lá ou até Pripyat, onde moravam muitos dos trabalhadores da central nuclear. Assim que conseguiu a licença de visita começou a preparar um álbum: iria fotografar Chernobyl e os arredores com uma radiação infravermelha. E queria fotografar os pormenores mais incríveis, desde os brinquedos deixados para trás num jardim de infância até aos frascos de medicamentos e seringas abandonados nos hospitais.
Uma das coisas que percebeu rapidamente é que Chernobyl não é tão perigoso quanto parece: “É mais uma questão de superstição, pensar que Chernobyl é perigoso. Pesquisei muito na Internet e percebi que não é bem assim. Não fui a lugares proibidos onde os níveis de radiação podiam matar-me. Mas não estive exposto a uma radiação superior àquela a que fico sujeito num voo a 10 mil metros de altitude”, explicou ao Observador através do Facebook.
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Habituado a viajar pelo mundo, Vladimir Migutin diz não se lembrar de um lugar tão paradisíaco como Chernobyl desde que visitou um templo de monges no Japão: “Aqui também se ouve a Natureza a rezar e a tomar conta das ruínas das criações humanas. É um lugar de contrastes. Mas 30 anos depois, os homens partiram e os animais, as plantas foram prosperando”, descreve o engenheiro.
Na visita a Chernobyl, Vladimir entrou no parque de diversões em Pripyat, nas escolas e jardins de infância, no sistema radar de deteção de mísseis da União Soviética e no ferro-velho onde foram despejados os materiais mais radioativos, desde autocarros às máquinas usadas para limpar os reatores nucleares depois do desastre.
Vladimir Migutin também teve acesso a uma torre de arrefecimento e pôde fotografar, embora só mesmo ao longe, as ruínas da central nuclear de Chernobyl. O álbum de fotografias completo está na fotogaleria. Mas pode saber mais sobre ele no Facebook ou na página de Instagram.