Não era o filme com mais nomeações, mas seguia logo atrás do grande favorito. “Três Cartazes à Beira da Estrada”, realizado por Martin McDonagh, arrecadou um total de cinco prémios em nove nomeações na gala da Academia Britânica de Artes do Cinema e Televisão, que aconteceu na noite de domingo no Royal Albert Hall, em Londres. Além de “Melhor Filme” e “Melhor Filme Britânico”, venceu ainda nas seguintes categorias: “Melhor Atriz” (Frances McDormand), “Melhor Ator Secundário” (Sam Rockwell) e “Melhor Guião Original”.
Não foi por acaso que o primeiro BAFTA da noite (“Melhor Filme Britânico”), entregue pela atriz Jennifer Lawrence, foi atribuído a “Três Cartazes à Beira da Estrada”, numa noite dominada pela história protagonizada pela personagem de Mildred, uma mulher à antiga que aluga três cartazes na estrada para expressar desagrado face à ineficácia da polícia em encontrar o homem que violou, matou e incinerou a filha adolescente.
A gala que foi pela primeira vez apresentada pela atriz britânica Joanna Lumley foi também ela dominada pelo movimento “Time’s Up”, que viajou do negro da passadeira vermelha (à imagem e semelhança do que aconteceu nos Globos de Ouro) para as lapelas dos casacos masculinos de quem subiu ao palco. “Do que estou mais orgulhoso, sobretudo num ano de ‘Time’s Up’, é que este é um filme sobre uma mulher que se recusou a aturar mais merda”, disse Martin McDonagh quando recebeu o galardão. De referir que a premiada Frances McDormand compareceu na cerimónia num vestido marcado por cores berrantes, muito ao contrário do que o dress code da noite ditava.
Vestidos negros, transparências e ativistas no chão: houve de tudo na red carpet dos BAFTA
Na corrida da frente à 71º edição dos BAFTA estava “A Forma da Água”, nomeada em 12 categorias e que no final de janeiro ganhou o prémio de melhor filme dos produtores de Hollywood. O drama fantasioso valeu a Guillermo Del Toro o galardão de “Melhor Realizador”, mas ficou aquém do que as nomeações sugeriam: ao todo, a história que poderá ganhar um total de 13 Óscares, e à qual o crítico do Observador Eurico de Barros deu apenas uma estrela, levou para casa três galardões (“Melhor Música Banda Sonora Original” e “Melhor Direção Artística”).
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“A Hora Mais Negra”, também um dos favoritos da noite com nove nomeações no bolso, venceu na categoria de “Melhor Ator”, com Gary Oldman, que no filme interpreta Winston Churchill, a receber, sem surpresas, o muito cobiçado galardão. Em palco, Oldman, que nunca ganhara um BAFTA, ainda que nomeado em duas ocasiões anteriores, disse que esta era uma “tremenda honra”. Já Allison Janney sagrou-se vencedora na categoria de “Melhor Atriz Secundária”, dada a sua participação em “Eu, Tonya”.
Os filmes “Blade Runner 2049” e “Dunkirk”, que tinham oito nomeações cada, não foram esquecidos, mas quase. O primeiro conseguiu as estatuetas de “Melhor Fotografia” e “Melhores Efeitos Especiais”, enquanto o segundo venceu “Melhor Som”. “Chama-me pelo teu nome” ficou-se pela categoria de “Melhor Argumento adaptado”.
A lista completa de prémios pode ser consultada na fotogaleria acima.