Entrevistado esta noite pela RTP2, Rui Rio recusou-se a comentar o caso do currículo académico de Feliciano Barreiras Duarte, que deu hoje origem à instauração de um inquérito por parte da Procuradoria-Geral da República.

O presidente dos sociais-democratas limitou-se a sugerir que os detentores de cargos públicos estão sempre expostos a acusações, utilizando o seu próprio exemplo quando esteve na presidência da Câmara do Porto.

Rio disse que “nunca tinha entrado num tribunal criminal” quando tomou posse na Câmara Municipal do Porto em 8 de janeiro de 2002 mas, a partir daí, e até deixar o cargo, em 2013, teve de lá ir muitas vezes, bem como os seus vereadores na autarquia, sem que alguma vez tivesse sido acusado ou condenado por algum crime.

“Saí da câmara: nunca mais entrei num tribunal criminal”, concluiu Rui Rio, quando questionado sobre o caso das incorreções no currículo académico do seu secretário-geral no PSD, noticiado pelo semanário Sol no sábado passado.

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No dia 8 de janeiro de 2002 tomei posse como Presidente da Câmara do Porto. Até 8 de janeiro de 2002 nunca tinha entrado num tribunal criminal. De 8 de janeiro de 2002 a 22 de outubro de 2013 fui sete vezes arguido, fui acusado de tudo e mais alguma coisa e fiz vida de tribunal. Momentos houve em que eu e seis vereadores éramos todos arguidos em alguma coisa. Nunca nenhum foi acusado, preso, nunca aconteceu nada. Sai da Câmara no dia 22 de outubro de 2013 e nunca mais entrei em nenhum tribunal criminal, nunca mais fui arguido de nada, nunca mais não sei quê. Pronto… Tomei posse agora, no dia 18 de fevereiro, num novo cargo político…

Rio defende a criação de “autarquias regionais”

A curta entrevista foi quase exclusivamente dedicada ao tema da descentralização.

“Deve Portugal ter ou não autarquias regionais”, questionou Rui Rio, para logo a seguir dizer que sim, se assim se conseguir “reduzir a despesa pública, aumentar a qualidade da decisão e ainda aproximar os eleitos dos eleitores”.

O recém-eleito presidente do PSD (eleito em eleições diretas em janeiro e confirmado no Congresso Nacional em fevereiro) precisou que o entendimento com o Governo na presente legislatura é apenas ao nível da municipalização.

Quanto à criação de “autarquias regionais”, com uma dimensão maior que a dos municípios atuais, Rui Rio sustentou que é “um debate que tem de se fazer” após esta legislatura, até para saber que parte do Orçamento do Estado lhe deve estar alocada.