A estação espacial chinesa Tiangong-1 foi fotografada pelo instituto alemão Fraunhofer FHR a uma altitude de 270 quilómetros esta quinta-feira. O veículo espacial está em queda livre para a Terra depois de a Administração Espacial Nacional da China ter perdido controlo da máquina em março do ano passado. Esta é a terceira fotografia da estação espacial a ser divulgado após o Departamento das Nações Unidas para os Assuntos Espaciais ter confirmado a queda iminente de Tiangong-1. A segunda foi captada em Espanha.
De acordo com a Agência Espacial Europeia, que está a divulgar as imagens, as fotografias foram tiradas pelo sistema Tracking and Imaging Radar Radar, um dos mais poderosos do mundo. O veículo espacial, que está desocupado desde 2013 mas que tem um químico corrosivo a bordo usado como propulsante, está a cair a um ritmo médio de 160 metros por dia. Embora não se saiba a hora nem o local em que Tiangong-1 vai reentrar na Terra, sabe-se que isso vai acontecer algures entre a latitude 42,8ºN e 42,8ºS, com maior probabilidade de cair na linha que passa no norte de Portugal ou na que passa a sul da Austrália.
Tudo indica que a maior parte das peças vai destruir-se ao atravessar a atmosfera por causa das altas temperaturas, do desgaste e da fricção, mas as peças mais resistentes podem chegar até terra. O mais provável é que a maior parte delas venha a cair no oceano porque a maior parte da superfície do planeta é composta por água. As agências já vieram dizer que, em princípio, nenhuma infraestrutura será afetada, mas pedem a toda a gente que não se aproximem de objetos vindos da estação espacial que possa cair em solo por causa do perigo de envenenamento.
A 15 de janeiro de 2016, cerca de nove meses depois das perdas de comunicação entre Tiangong-1 e a agência espacial chinesa, a estação espacial foi vista a passar por cima do sul de Madrid, em Espanha. O observatório de alta tecnologia montado em Puerto de Niefla, no Vale de Alcudia, filmou Tiangong-1 a uma altitude de 280 quilómetros e com recurso a três telescópios controlados remotamente por um astrónomo de serviço em Puertollano, a 35 quilómetros dali. A filmagem foi captada ao longo de um minuto com uma exposição de 10 milissegundos “devido à particular dificuldade de observar um objetivo a uma altitude tão baixa”, explicou a v.
Quatro dias antes, a 11 de janeiro, a Agência Espacial Europeia divulgou uma imagem tirada pelo astrofotógrafo francês Alain Figer a 27 de novembro de 2017. A estação espacial tinha sido vista numa estância de ski na região de Hautes-Alpes, no sudeste de França. Tiangong-1 é visível debaixo e à direita do Sol (na perspetiva do fotógrafo) logo por cima do cume do monte Eyssina e foi fotografada com reforço a uma longa exposição de alguns segundos.