A prémio Nobel da Paz Malala Yousafzai terminou este segunda-feira a visita ao seu país natal, Paquistão, a primeira desde 2012, quando foi atingida por uma bala na cabeça por defender o direito das raparigas à educação.

A ativista, de 20 anos, deixou o hotel onde estava hospedada, sob fortes medidas de segurança, e partiu do aeroporto internacional Benazir Bhutto com destino a Londres, onde vive atualmente. Malala regressou na quinta-feira ao Paquistão, onde foi recebida pelo Governo e pelas instituições paquistanesas.

A ativista foi incapaz de conter as lágrimas no discurso filmado no gabinete do primeiro-ministro, Shahid Khaqan Abbasi, durante o qual afirmou que regressar ao país “é um sonho”.

Na manhã de sábado, a estudante chegou num helicóptero militar, acompanhada pelos pais e pelo irmão, a Mingora, a sua terra natal, onde foi montado um forte dispositivo das forças de segurança e com muitas ruas a permanecerem cortadas pelo exército.

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“Tanta alegria em ver a minha família em casa, visitar os amigos e em pisar este solo novamente”, escreveu Malala na rede social Twitter, no sábado.

No entanto, a presença da ativista também despertou duras críticas e protestos, como o organizado pela principal associação de escolas privadas do país que, na sexta-feira, usou o lema “Eu não sou Malala”.

Malala Yousafzai abandonou o Paquistão entre a vida e a morte após a tentativa de assassínio perpetrada por militantes talibãs, quando regressava da escola. Tratada em Inglaterra, tornou-se um ícone dos direitos das raparigas à educação, o que lhe valeu o prémio Nobel da Paz em 2014, em conjunto com o indiano Kailash Satyarthi.

Escolas particulares do Paquistão lançam campanha “Eu não sou Malala”