A antiga Presidente do Brasil Dilma Rousseff disse esta sexta-feira que o mandado de prisão contra o antigo chefe de Estado Lula da Silva é fruto de uma perseguição política e faz parte de um golpe.

Lula [da Silva] é vítima de uma das mais graves ações contra uma pessoa, que é a perseguição política e a injustiça. [A sua prisão] é parte do golpe que começou quando me tiraram da Presidência e colocaram no [Palácio do] Planalto uma quadrilha”, disse, perante centenas de pessoas.

Dilma Rousseff faz parte de um grupo de políticos e líderes de esquerda, que se encontram com Luiz Inácio Lula da Silva na sede do Partido dos Trabalhadores (PT), em São Bernardo do Campo, a cerca de 20 quilómetros de São Paulo, onde estão concentradas centenas de pessoas.

“O que assistimos hoje é a rapidez com que decidiram privar o maior Presidente desse país do direito que a Constituição brasileira reconhece para todos, que é a liberdade”, acrescentou.

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Lula da Silva lançou Dilma Rousseff como candidata à Presidência do Brasil, em 2009, quando ainda era uma desconhecida. Dilma foi eleita duas vezes para a chefia do Estado, mas o último mandato foi interrompido por um processo de destituição, em 2016, que colocou Michel Temer no poder.

Na noite de quinta-feira, o juiz Sérgio Moro decretou a prisão de Lula da Silva, na sequência de uma autorização do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). O juiz emitiu um mandado no qual determinou que Lula da Silva deve entregar-se voluntariamente na sede da Polícia Federal em Curitiba até às 17h00 (21h00 Lisboa) deste dia.

Menos de 24 horas antes, o Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil negou um recurso do ex-Presidente Lula da Silva, condenado em duas instâncias judiciais, para ficar em liberdade até à decisão final do processo.

A prisão do ex-chefe de Estado está relacionada com um dos processos da Operação Lava Jato, o maior escândalo de corrupção do Brasil. Lula da Silva foi condenado por ter recebido um apartamento de luxo como suborno da construtora OAS em troca de favorecer contratos com a petrolífera estatal Petrobras e sentenciado a 12 anos e um mês de prisão.