Raul Schmidt foi novamente preso esta sexta-feira na sequência de um mandado de detenção emitido pelo Tribunal da Relação de Lisboa com o objetivo de ser concretizada a sua extradição para o Brasil. Com nacionalidade portuguesa desde 2011, o empresário encontrava-se em Portugal depois de ter sido noticiado o seu envolvimento na Operação Lava Jato. Ao que o Observador apurou, Schmidt está detido na prisão da Polícia Judiciária, em Lisboa. A sua extradição deverá ser concretizada em breve.

Schmidt foi acusado no âmbito da Operação Lava Jato em um de dois processos que tem pendentes contra si por alegados crimes de corrupção, organização criminosa e branqueamento de capitais, sendo apontado pela Justiça brasileira como um dos envolvidos no pagamento de alegadas ‘luvas’ a ex-diretores da Petrobras, a empresa pública brasileira que está o centro do maior caso de corrupção da história do Brasil.

A detenção desta 6.ª feira de Schmidt vem no seguimento de uma decisão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) tomada 24 horas. De acordo com a Lusa, os conselheiros do STJ revogaram a decisão da Relação de Lisboa que tinha permitido a libertação de Raul Schmid a 15 de fevereiro — depois de ter sido preso pela primeira vez a 3 de fevereiro.

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A Relação de Lisboa tinha decidido libertar Raul Schmidt por a sua defesa ter apresentado naquele tribunal um “pedido de revisão de sentença”, tal como o Observador noticiou então. Os desembargadores reconheciam, no entanto, que era “válida a decisão já transitada de o extraditar e entregar às autoridades brasileiras”, mas destacavam que “impõe-se saber se o Supremo Tribunal de Justiça aceita ou não o pedido de revisão de sentença, face à apresentação de um documento que lhe confere o estatuto de “português de origem” por força da lei 9/2015. Foi precisamente isso que o STJ rejeitou esta quinta-feira, — o que teve como consequência imediata a emissão de um mandato de detenção.

No âmbito do processo Lava Jato, Raul Schmidt foi investigado e acusado na 13.ª Vara Federal da Justiça Federal, em Curitiba, pelo alegado pagamento de ‘luvas’ aos ex-diretores da Petrobras Renato de Souza Duque, Nestor Cerveró e Jorge Luiz Zelada. Estes dois últimos estão alegadamente envolvidos num alegado esquema de corrupção, branqueamento de capitais e organização criminosa relacionado com a Petrobras — a petrolífera estatal brasileira que está no centro da Operação Lava Jato.

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De acordo com a Lusa, que cita a imprensa brasileira, além de atuar como intermediário financeiro no esquema central da Operação Lava Jato — pagamentos de alegados subornos a diretores da Petrobras e a um conjunto alargado de políticos brasileiros por parte das principais construtoras brasileiras em troca de adjudicações de obras da petrolífera –, Raul Schmidt será ainda intermediário de empresas internacionais na obtenção de contratos de exploração de plataformas da petrolífera.

Schmidt foi acusado em Curitina pelos crimes de corrupção, organização criminosa e branqueamento de capitais.

O Observador tentou contactar Alexandre Mota Pinto, advogado de Raul Schmidt, mas sem sucesso até ao momento de publicação desta peça.