O comentador da SIC e ex-presidente do PSD, Luís Marques Mendes, disse este domingo que Mário Centeno “quer ir para Bruxelas para ser comissário europeu ou vice-presidente da Comissão e portanto quer impressionar Bruxelas” (a Comissão Europeia).

Luís Marques Mendes fez o comentário a propósito das metas do Programa de Estabilidade do Governo, apresentado por Mário Centeno na sexta-feira. O ministro das Finanças ignorou as ameaças da esquerda, em particular do Bloco de Esquerda que foi levantando a voz ao longo da semana, insistindo no cumprimento do acordo fechado no Orçamento do Estado de 2018, onde estava previsto um défice de 1% do PIB. E apresentou uma meta para o défice de 2018 de 0,7% do produto interno bruto.

“Mário Centeno quer ficar na história como o ministro das Finanças que acabou com os défices”, sublinhou Marques Mendes, que referiu ainda que “este plano é bom para o país”. “É num tempo de crescimento económico que se aproveita para reduzir o défice”, disse Marques Mendes no seu habitual espaço de domingo na SIC. O cenário da indicação do ministro das Finanças para o cargo de comissário europeu, com uma pasta relevante, foi avançado este sábado pelo Expresso. O jornal adianta que esta é uma possibilidade vista com bons olhos pelo PS.

A comparação com Gaspar por causa da obsessão do défice

Sobre os sinais de desagrado entre os partidos à esquerda e o Governo socialista, Marques Mendes referiu que estes são “foguetório político. “Alguma vez o Bloco diz que vai chumbar o Orçamento? Isto é foguetório político. Isto é pirotecnia política. E porque é que são uns foguetes? Porque neste momento ninguém em Portugal quer eleições antecipadas”, disse. Ainda assim, comparou Mário Centeno a Vítor Gaspar, ex-ministro das Finanças de Pedro Passos Coelho. “Quer na obsessão do défice, quer sobretudo no discurso”, disse.

Marques Mendes disse ainda que este Programa de Estabilidade “agrada na prática ao PSD e ao CDS”, referindo que aqueles dois partidos aprovariam estas medidas caso estivessem no governo.

O comentador da SIC lançou també críticas a Rui Rio, que cumpriu este sábado três meses como presidente do PSD. Para Marques Mendes, a solução encontrada pelo PS é um “sinal de responsabilidade” que isso é “um embaraço para o PSD, porque reduz o seu espaço de manobra”. Sobre Rui Rio, defende que “tem manifestado pouca ambição” e que “a oposição tem de demonstrar as fragilidades do Governo e demonstrar como faria diferente. Não é só fazer espalhafato”.

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