O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, inicia esta segunda-feira uma visita oficial a Espanha e o líder do Governo espanhol, Mariano Rajoy, deu uma entrevista a um jornal nacional onde diz que os dois países estão “sempre a procurar novas formas de cooperar”. Mas que “o importante nestes encontros é continuar a aprofundar a sintonia em projetos comuns”.

Ao Diário de Notícias, Rajoy diz que “é importante continuar a colaborar nas questões que temos estado a realizar nos últimos anos”, referindo-se “especialmente às interconexões, tanto as infraestruturas de comboios e estradas como as interconexões energéticas”. Recorde-se que, no mês passado, os líderes dos governos de cada um dos dois países estiveram em Elvas para o lançamento do concurso para a ligação ferroviária entre Évora e a fronteira.

 O importante nestes encontros é continuar a aprofundar a sintonia que já temos e nos projetos comuns”, considera o primeiro-ministro espanhol.

O líder do Governo espanhol referiu também, na mesma entrevista, que “Espanha e Portugal são dois bons exemplos de superação das dificuldades. A mais recente delas é a crise económica”. E considera que “quanto mais” os dois países se entenderem, “melhor para ambos”. Sobre a política portuguesa e a atual solução governativa, Rajoy evita pronunciar-se e prefere concentrar-se no facto de se entender “muito bem com António Costa”, como diz, sublinhando logo de seguida que “também tinha uma boa relação com Passos Coelho”. Mas a Costa deixa o agradecimento “pelo apoio que deu na crise” a Espanha.

Também contorna temas mais tensos entre os dois países, como a questão de Almaraz, em que prefere destacar “mais do que a discórdia”, o “diálogo” entre Portugal e Espanha: “No ano passado chegámos a um acordo amigável para troca de informação a nível técnico sobre o armazém e isso permitiu que os nossos colegas portugueses estivessem tranquilos. Com esse espírito resolvemos cada uma das questões que surgem entre ambos os países e penso que, além disso, com Portugal é fácil entendermo-nos”. A mesma diplomacia para temas internos ao seu país. Quando questionado sobre as causas independentistas que estão a ganhar força em Espanha — como o recente caso da Catalunha expôs –, Rajoy acusou os líderes independentistas catalães de “atropelarem” as leis e agradeceu ainda “o apoio dos sócios europeus” nessa matéria: “Toda a gente compreende que os planos dos independentistas, se tivessem tido êxito, significariam o fim do projeto europeu”.

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