O primeiro-ministro disse esta segunda-feira não existir uma escolha alternativa entre a saúde e o défice, defendeu a necessidade de ser mantida a política de equilíbrio e elogiou o ministro da Saúde pela forma como tem gerido o seu ministério. “Não temos aqui uma escolha alternativa entre a saúde e o défice, nós temos aqui uma escolha muito clara, continuar com responsabilidade a política de equilíbrio, de bom senso, de ambição que temos tido ao longo destes dois anos e que nos permite, simultaneamente, fazer aquilo que temos de fazer, temos melhores contas públicas e temos um melhor Serviço Nacional de Saúde, temos melhores contas públicas e temos uma melhor escola pública”, disse António Costa, nas Cortes, em Leiria.
O chefe do Executivo discursava após a inauguração das novas instalações das unidades de saúde de Monte Real e Carvide, e de Cortes, ambas no concelho de Leiria, onde na primeira o esperava um pequeno protesto de utentes de Vieira de Leiria, da Marinha Grande, e no último foi recebido com palmas. Na ocasião, António Costa referiu que tem “ouvido muita discussão para saber” se o que o país devia ter era maior défice ou maior investimento em Saúde.
“Ora, o país tem de, simultaneamente, fazer tudo”, considerou, assinalando que houve um tempo em que para haver menos défice aumentavam-se as taxas moderadoras, não se contratavam profissionais para o Serviço Nacional de Saúde e se cortava na despesa. Segundo António Costa, neste momento o Governo está a “conseguir algo diferente”, ou seja, reduzir o défice, mas, ao mesmo tempo, construir 113 novos centros de saúde, abrir 700 camas de cuidados continuados por ano e contratar mais 7.900 profissionais para o Serviço Nacional de Saúde.
“E é assim que temos de continuar a fazer tudo em conjunto, primeiro, porque os portugueses merecem e têm direito a exigir mais e melhor Serviço Nacional de Saúde, mas para o conseguirmos fazer, nós temos de ter os meios necessários”, sublinhou. António Costa adiantou que entre aquilo que foi a previsão apresentada em outubro, aquando do Orçamento do Estado na Assembleia da República e esta segunda-feira, do que o país ia gastar em juros da dívida, já foram poupados 74 milhões de euros.
“Poupámos por duas razões, porque como temos uma boa gestão orçamental cobram-nos menos juros e como temos menos défice devemos menos e, portanto, temos menos a pagar”, declarou, garantindo que esta poupança não vai para os cofres do Estado, mas para “reforçar já este ano o orçamento de investimento” dos ministérios da Saúde, da Educação e da Cultura. Dirigindo-se ao ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, que o acompanhou nas inaugurações, o primeiro-ministro deu-lhe os parabéns “pela forma como tem gerido com muita determinação o seu ministério, mantido um rumo firme na condução da política da saúde, com uma boa identificação das prioridades e, também, uma boa gestão dos orçamentos”.
As novas instalações das unidades de saúde foram construídas em terrenos cedidos pela Câmara de Leiria e ao abrigo do Programa Centro 2020. Servem um total de oito mil utentes inscritos e representam um investimento superior a um milhão de euros. O presidente da Câmara de Leiria, Raul Castro, reconheceu que estas duas unidades de saúde eram as que no concelho apresentavam as menores condições, realçando a parceria que permitiu a concretização dos investimentos.
“Só com este tipo de parceria será possível dar resposta aos anseios das nossas populações”, declarou Raul Castro, manifestando o desejo de que o atual quadro de profissionais das duas unidades, agora completo, se mantenha no futuro.