O Presidente da República fez já esta terça-feira um balanço “muito positivo” da sua visita de Estado a Espanha, que termina na quarta-feira em Salamanca, e realçou o “magnífico relacionamento” com o rei Felipe VI. Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas no final de uma receção aos reis de Espanha, Felipe VI e Letizia, no Palácio do Pardo, nos arredores de Madrid, em que estiveram personalidades como o futebolista Luís Figo e a jornalista e tradutora espanhola Pilar del Río, viúva do escritor José Saramago, e se ouviu cantar o fado pela cantora Cuca Roseta.

Cristiano Ronaldo, que o chefe de Estado tinha dito que gostaria de ver nesta cerimónia, não esteve presente. “Eu teria gostado, mas infelizmente o jogo com o Athletic de Bilbao obrigou-o a um estágio antecipado”, referiu o Presidente da República, para explicar a ausência do melhor marcador da história do Real Madrid e da seleção portuguesa de futebol.

Apesar de não ter ainda terminado a sua visita de Estado a Espanha, faltando ainda o dia de quarta-feira, em que estará com o rei Felipe VI numa sessão comemorativa dos 800 anos da Universidade de Salamanca, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que “já é possível, relativamente a tudo o que se passou nestes dias muito intensos, fazer um balanço”. No seu entender, o balanço é “muito positivo”, porque “Portugal e Espanha reconheceram o momento excelente das relações a nível de chefes de Estado”.

“De tal forma excelente que não pude deixar de ser sensível a uma eventual ida a Salamanca, novamente, no final do mês de maio, para uma reunião de 600 reitores de universidades europeias. Sua majestade irá e fez questão também na minha presença, até para falar eventualmente da presença universitária em Portugal”, adiantou.

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De acordo com o Presidente da República, “isto mostra o magnífico relacionamento que existe a nível de chefes de Estado”, que “é muito bom para o relacionamento entre Portugal e Espanha”. “Chamo a atenção para o facto de sua majestade ter insistido em estar presente num número elevadíssimo de pontos do programa e de ter acompanhado em pormenor a preparação do programa e a execução do programa – como, aliás, eu fiz em 2016 com a visita de suas majestades. O que quer dizer que há uma aproximação pessoal muito forte”, acrescentou.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “o mesmo se passa a nível de governos”, em que o primeiro-ministro português, António Costa, e o presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, “que são de áreas muito diferentes, e no entanto se dão muito bem”. “O facto de haver uma proximidade pessoal tem importância política”, defendeu.

Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que quis “dar a esta visita de Estado um sentido de futuro” e retomou a ideia, repetida nos últimos dois dias, de que Portugal e Espanha se aproximaram com a democracia e a integração europeia, “ao fim de muitos séculos” de relações bilaterais menos boas.

“E a solução que encontrámos é muito boa, porque temos maneiras de ser diferentes, somos como somos, diferentes, mas convergimos em muitos pontos, no plano bilateral e na Europa e no mundo”, sustentou, concluindo: “É uma mais-valia entendermo-nos tão bem assim. No passado isso, muitas vezes, não aconteceu”.