O Reino Unido registou no passado exercício fiscal o primeiro excedente orçamental dos últimos 16 anos, no valor de 112 milhões de libras (127 milhões de euros), anunciou esta terça-feira a agência nacional de estatística britânica (ONS, Office for National Statistics).
A ONS indicou que a dívida líquida acumulada do setor público no Reino Unido, excluindo os bancos públicos, se situou no último ano fiscal em 42.600 milhões de libras (48.014 milhões de euros), equivalente a 86,3% do Produto Interno Bruto (PIB). Uma descida de 3.500 milhões de libras (3.999 milhões de euros) face ao exercício fiscal anterior, que conseguiu reduzir o défice no Reino Unido para o nível mais baixo desde o período entre 2006 e 2007.
Esta queda também foi de maior dimensão do que a prevista pelo ministro da Economia britânico, Philip Hammond, que tinha estabelecido como objetivo uma redução do défice de 45.200 milhões de libras (51.645 milhões de euros) para o ano fiscal 2017/18.
Assim, o executivo britânico superou as expetativas de redução do défice, cumprindo o objetivo geral de reduzir a diferença entre o gasto e o endividamento.
“Graças ao trabalho duro dos britânicos, a quantidade emprestada que o país foi forçado a fazer é a mais baixa numa década”, sublinhou Hammond, adiantando que a “economia britânica está num ponto de inflexão, com a dívida a começar a cair e os salários a subir, à medida que se constrói uma economia que funciona para todos”.
O anterior responsável da pasta da Economia, George Osborne, propôs-se conseguir um excedente para o período 2019/20 mas, depois do referendo que deu a vitória ao Brexit em julho de 2016, reconheceu que o Reino Unido não seria capaz de alcançar o excedente de 0,4% do PIB que ambicionava o titular que abandonou o cargo naquele mesmo ano. A ONS sublinhou que estes dados são as primeiras estimativas do último ano fiscal e que as mesmas seriam revistas à medida que haja mais dados disponíveis.