O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, defendeu esta quinta-feira, em Lisboa, que a redução do défice é a garantia da estabilidade, apesar de sublinhar que Portugal permanece num processo de consolidação fiscal. “Estamos ainda num processo de consolidação fiscal. [No entanto,] estamos a obter resultados no que concerne à redução do défice, sem alterarmos a carga tributária e a melhor garantia de estabilidade é a redução do défice”, disse Caldeira Cabral, durante o debate “Oportunidades de financiamento para as empresas na Europa e em Portugal”, em Lisboa.
O ministro da Economia destacou ainda os resultados alcançados “mesmo durante o período da crise”, no que diz respeito ao desenvolvimento do setor privado, vincando que os investimentos estão a atingir o nível de crescimento “mais alto dos últimos 18 anos”. Por sua vez, a comissária europeia para o Mercado Interno, Indústria e Empreendedorismo e Pequenas e Médias Empresas, Elzbieta Bienkowska, quando questionada sobre a necessidade de a União Europeia dispor de mais programas de apoio às empresas, disse que os atuais são adequados, apesar de defender uma maior dotação, uma vez que “o dinheiro nunca é o suficiente”.
Já no que diz respeito à diferente carga tributária aplicada às empresas europeias, Elzbieta Bienkowska referiu que está relacionada com a “forma como [cada] Estado quer apoiar as suas empresas”. Durante a sua intervenção, Caldeira Cabral disse ainda que as ‘startups’ (empresas com rápido potencial de crescimento) não ambicionam apenas investidores que injetem dinheiro, mas também aqueles que trazem novos conhecimentos.
“Para as ‘startups’, é tão importante encontrar um investidor que traga dinheiro, como um que traga conhecimento sobre o mercado, que saiba abrir as portas certas no momento certo”, acrescentou. Segundo o Governante, “dentro do pequeno ecossistema de investidores europeus”, Portugal criou “fundos de coinvestimento, com estrangeiros que querem aplicar dinheiro em Portugal”.
Manuel Caldeira Cabral notou ainda que a União Europeia (UE) tem falta de “ideias positivas”. “Penso que gastámos demasiado tempo a discutir o papel da União Europeia enquanto entidade que regula as questões financeiras e que as impõe. Essa não é a essência da UE, é muito mais importante a ideia de um mercado comum”, concluiu.