Centenas de pessoas estão em fuga na província da Kachin, em Myanmar, depois de se terem intensificado os combates entre a milícia independentista Organização Independência de Kachin (KIO na sigla original) e o Exército de birmanês.

O alerta foi lançado pela Organização das Nações Unidas, que garante que mais de quatro mil pessoas já abandonaram as suas casas desde o início deste mês. Ao todo, desde janeiro, mais de 15 mil já terão fugido.

O cessar-fogo de anos entre a KIO e o Exército birmanês foi quebrado em 2011, mas os combates na região nordeste, que fica junto da fronteira com a China, têm-se intensificado ao longo deste ano. Os habitantes de Kachin são uma minoria cristã num país de maioria budista, e a milícia KIO é um dos vários grupos independentistas de Myanmar. De acordo com a BBC, o Exército estará a levar a cabo ataques aéreos e de artilharia na região.

“A nossa principal preocupação é a segurança dos civis — incluindo grávidas, idosos, crianças pequenas e pessoas com deficiência”, disse Mark Cutts, responsável do Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas em Myanmar.

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A líder birmanesa Aung San Suu Kyi prometeu alcançar a paz com as várias minorias do país desde que tomou posse em 2016, relembra a Deutsche Welle, mas esse objetivo tem sido difícil de alcançar. Ao conflito em Kachin soma-se a crise dos Rohingya, na zona ocidental de Myanmar: desde 2016 que cerca de 700 mil pessoas desta minoria muçulmana saíram do país, em direção ao Bangladesh, para fugir do conflito armado na região.