Jan Koum, o co-fundador do WhatsApp — o sistema de troca de mensagens que o Facebook comprou por 19 mil milhões de dólares em 2014, a sua maior aquisição de sempre — anunciou que vai abandonar a empresa.
Segundo notícia da CNBC, Koum utilizou a sua conta pessoal de Facebook para avisar que está na hora “de seguir em frente” e de dedicar o seu tempo a outras áreas que não a tecnologia. “Vou continuar a torcer pelo WhatsApp — mas do lado de fora”, escreveu.
O jornal The Washington Post afirma que Koum vai abandonar o conselho diretivo do WhatsApp e do Facebook — rede social que se recusou a comentar com a CNBC qual seria o seu papel dentro da gigante empresa de Mark Zuckerberg.
A saída de Jan Koum acontece numa altura crucial para o Facebook, dado que a empresa encontra-se num processo complicado associado ao escândalo da Cambridge Analytica e da manipulação de dados nas eleições norte-americanas (e não só). Koum sempre fez questão de lutar pelo direito à privacidade: em 2014 escreveu sobre como foi crescer na antiga URSS e o medo constante de ter o KGB a controlar comunicações pessoais.
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O post desta segunda-feira, 30 de abril, não mencionou qualquer tipo de preocupações ligadas ao tema da privacidade nem explicou o seu papel dentro do Facebook. Contudo, segundo o Washington Post, Koum estava “desgastado pelas diferenças de abordagem” no que toca a assuntos ligados a data targeting, encriptação, lucros provenientes de publicidade e pagamentos por telemóvel.
Mark Zuckerberg, o CEO do Facebook, já reagiu à decisão de Koum e utilizou a sua conta pessoal para transmitir gratidão ao co-fundador do WhatsApp, afirmando que o empresário lhe ensinou muito sobre “encriptação e a sua capacidade de retirar poder a sistemas centralizados, devolvendo-o às mãos do povo.”
“Esses valores vão estar sempre no coração do WhatsApp”, concluiu.
Veja aqui a publicação de Jan Koum:
E aqui a de Mark Zuckerberg: