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Portugal digital "devia ser um desígnio político", desafia diretor do MUDA

Este artigo tem mais de 5 anos

País ganhou 500 mil novos utilizadores de Internet desde 2016, mas ainda há 19% que não a usa. Promover um Portugal 4.0 deve, por isso, ser também uma missão política, desafia Alexandre Nilo Fonseca.

Trancoso, Cantanhede, Moimenta da Beira, Cuba, Cascais, Lamego… “Andámos vários meses on the road. E, em alguns destes locais, ajudámos muitas pessoas a criar o seu primeiro e-mail”, recorda Alexandre Nilo Fonseca, um ano depois de arrancar com o Movimento pela Utilização Digital Ativa (MUDA) que levou iniciativas de promoção da vida digital a dezenas de regiões no país e a diversas organizações. Um gesto que, para o diretor-executivo do projeto, reflete o impacto da Internet na vida dos portugueses e o muito que ainda falta fazer para que tenham uma vida mais digital.

“É ainda um enorme desafio”, reconhece Alexandre Nilo Fonseca, num momento em que 19% dos portugueses ainda não utiliza a Internet: ou porque não sabe ou porque não dispõe dos equipamentos necessários para o fazer. Mais: 40% dos portugueses faz ainda uma utilização muito básica dos serviços digitais (como emails ou simples consultas de informação) e só 28% apresenta competências sofisticadas na execução dessas tarefas. E é essa a missão que o projeto quer manter: continuar a ampliar o universo de utilizadores e torná-los mais sofisticados. “Mais do que não saber usar, é não saber que existe” e esse, reconhece o responsável do MUDA, “é o grande desafio da comunicação”.

De acordo com o barómetro GfK/MUDA, cujas primeiras conclusões foram reveladas esta terça-feira, os números revelam uma evolução positiva. E isso “é um passo fundamental para tornar Portugal num país mais avançado e inclusivo”, refere Alexandre Nilo Fonseca. Mas, apesar destes bons indicadores, há ainda preocupações.

“O facto de existirem tantos portugueses que não estão ainda a beneficiar dos serviços digitais do Estado e das empresas é algo que nos continua a preocupar e justifica plenamente que em 2018 o MUDA aposte ainda mais em iniciativas de proximidade que permitam aumentar as competências digitais dos portugueses”, comentou o diretor-executivo do MUDA.

Alexandre Nilo Fonseca é diretor-executivo do Movimento pela Utilização Digital Ativa (MUDA).

Para Alexandre Nilo Fonseca, a mensagem é clara. Num momento em que se fala de indústria e de economia 4.0, “falta legislação 4.0”. E dá exemplos da importância de tornar Portugal mais digital, como a criação de um sistema de autenticação comum para serviços, tanto públicos como do setor privado, ou potenciar o uso da chave móvel digital. “Tornar Portugal digital by default devia ser um desígnio político“, defende.

De volta à estrada em 2018

Criado em maio do ano passado com o patrocínio da Presidência da República e envolvendo entidades públicas e dezenas de parceiros  privados — caso da elétrica EDP, dos bancos Millennium bcp, Santander Totta ou Crédito Agrícola, das operadoras Meo, Vodafone ou Nos – o projeto MUDA assumiu como missão promover uma maior cidadania e desenvolvimento digital do país.

Para isso liderou uma série de iniciativas, como o road show que percorreu dezenas de localidades no país durante cinco meses: um espaço móvel que recebeu cerca de 15 mil visitantes e onde as pessoas eram convidadas a conhecer e testar diferentes situações e serviços digitais. Foi nesse contexto que muitos tomaram contacto pela primeira vez com um correio eletrónico. De acordo com o responsável do MUDA, esta operação “na estrada”, entre as visitas ao espaço e a divulgação pelas redes e meios de comunicação social, chegou a cerca de um milhão de cidadãos. A iniciativa vai repetir-se este ano, durante 30 fins-de-semana, em espaços comerciais em vários pontos do país.

O Espaço MUDA, que permitia contactar com vários serviços (desde subscrição de fatura eletrónica a testes de realidade virtual) recebeu cerca de 15 mil visitantes em cinco meses.

O MUDA desenvolveu ainda o plano “Digital By Default”, que reuniu uma série de recomendações para alterar a legislação e assim eliminar algumas barreiras na relação entre empresas e consumidores e também entre empresas e o próprio Estado. Uma proposta de “desmaterialização” dos processos que o movimento quer manter em cima da mesa e que dará o mote a novos encontros e conferências durante 2018.

No final do último ano foi ainda lançada uma rede nacional de voluntários, num apelo aos jovens para que promovam a utilização de serviços digitais junto, sobretudo, dos elementos do círculo familiar, os mais idosos e infoexcluídos. O apelo ao voluntariado vai agora envolver as escolas, anunciou o diretor-executivo do MUDA. Está ainda previsto um novo programa na RTP, “Muda num minuto”, sobre as várias ações que podem potenciar uma vida mais digital.

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