O que é que distingue Joana Ribeiro de todas as outras portuguesas que têm passado pela red carpet de Cannes — Rita Pereira, Cristina Ferreira, Kelly Bailey e até Dolores Aveiro? Neste fim de semana, aos 26 anos, Joana fê-lo como parte do elenco do filme “The Man Who Killed Don Quixote” (O Homem que Matou Don Quixote), do realizador britânico Terry Gilliam. Como aconteceu? A atriz contou-nos, a poucos minutos de entrar no avião. “Foi através de um casting, uma das atrizes tinha de ser portuguesa. Juntamente com a série Madre Paula, foi a experiência mais intensa que já tive”, explica Joana.
Há um mês, chegaram os primeiros zunzuns de que o papel de Angelica poderia levá-la a Cannes. A uma semana do fim do festival, que começou no dia 8 de maio e terminou neste sábado, veio a confirmação. Hora de preparar a mala sem descuidar que esta é a passadeira vermelha mais prestigiada da Europa e onde — nesta edição em particular — divas do cinema como Cate Blanchett, Jane Fonda, Marion Cotillard e Julianne Moore estão a dar tudo nas criações de alta-costura. “Há coisa que não gosto de delegar, acredito no meu gosto e sigo-o”, admite. Mesmo com poucos dias para preparar a viagem, foi Joana a escolher os looks para a passadeira vermelha da Riviera Francesa. Stivali e Loja das Meias foram paragens obrigatórias, embora, além dos vestidos e dos seis pares de sapatos de salto alto que embarcaram, também tenham ido as calças de ganga, a t-shirt branca, os All Star (mas não para usar na red carpet) e o casaco de cabedal do avô, aquela garantia de conforto mesmo quando está longe de casa.
Para o filme em questão, que teve agora a sua estreia no festival, Joana filmou durante três meses. Uma aventura que a levou a várias zonas de Espanha e que culminou com algumas cenas rodadas em Portugal, no Convento de Cristo,em Tomar. “Foi por causa da minha paixão pelo cinema que comecei”, afirma. Com uma carreira que arrancou em 2012, na telenovela Dancin’ Days, para Joana, voltar-se cada vez mais para o cinema é inevitável, apesar de a televisão lhe predominar no currículo. Em 2015, fez parte do elenco de “Uma Hora Incerta”, do realizador Carlos Saboga. Agora, é Angelica, personagem que surge em duas fases distintas da vida, da ingenuidade dos 14 anos à mulher que depois descobre o mundo fora da sua aldeia. Do mesmo elenco fazem parte Adam Driver, Jonathan Pryce, Stellan Skarsgård, Olga Kurylenko e Rossy de Palma, entre muitos outros atores. Contado com o resto da equipa, Joana está longe de ser a única portuguesa envolvida no projeto. As equipas de produção, direção e de arte estiveram repletas de portugueses, embora a atriz seja o rosto que acaba de se estrear num festival de cinema internacional, à frente de centenas de objetivas.
Da conferência de imprensa ao momento de pisar a passadeira vermelha, as vaidades nunca ficam de lado. No primeiro momento, em plena luz do dia, a atriz usou um macacão Sónia Rykiel em xadrez vichy preto e branco, bem alinhado com o savoir-vivre da costa do sul de Frana, e joias Luísa Rosas. Para a noite de sábado, Joana guardou uma peça bem mais especial, um verdadeiro vestido de baile Dolce & Gabbana, que lhe deixou os ombros descobertos e cujo padrão floral evocava as mais antigas pinturas de natureza-morta. De cabelo apanhado e joias da Torres Joalheiros, Joana Ribeiro fez-se notar na exigente passerelle de Cannes.