Através de uma parceria com a agência de seguros Axa, a Uber anunciou, em Paris, durante a conferência Tech for Good, organizada pelo presidente francês Emmanuel Macron, que vai passar a disponibilizar para todos os motoristas europeus um seguro para “custos e perdas de rendimentos” que decorram em acidentes de viagem. De forma a cativar os motoristas independentes a continuarem a trabalhar para a plataforma, o seguro cobre também ” doenças graves e ferimentos, maternidade ou paternidade e outras situações”.
Para se poder receber os benefícios do seguro, o motorista tem de ter feito, no momento em que pede a ativação do seguro, 150 viagens nas oito semanas antecedentes. Ou seja, excluindo os fins de semana, cerca de três/quatro viagens por diárias (oito semanas igual a 56 dias, menos os fins-de-semana — 8 dias — igual a 48 dias, a dividir por 150 viagens, igual 3,125 viagens diárias). No caso das mães que pedem pagamento por maternidade (1000 euros) o seguro entrega um pagamento único de mil euros (é necessário, para isso, ter feito 300 viagens nos seis meses antecedentes).
Segundo Dara Khosrowshahi, presidente executivo da Uber, o objetivo deste seguro é dar aos “motoristas e estafetas a tranquilidade que querem, mantendo a flexibilidade que tanto valorizam”. Num comunicado sobre a nova medida, que reencaminha para as informações necessárias para os motoristas, a empresa afirma que chama “parceiros” aos motoristas, mas nem sempre tem agido dessa forma.
Um pouco por todo o mundo, a empresa tem recebido queixas de motoristas por não conceder garantias suficientes a estes trabalhadores. Em Portugal, em março, a empresa passou a disponibilizar a opção de “gorjeta” para os motoristas terem a acesso a maiores compensações. A lei que passará a regular este setor de mobilidade foi vetada no final de abril pelo Presidente da República. O diploma que agora vai ser reapreciado na Assembleia consagra mais garantias aos motoristas destas empresas a operar em Portugal, uma medida que teve grande consenso no Parlamento.
A Uber vai ser a primeira empresa de serviços de mobilidade através de aplicação a oferecer gratuitamente aos motoristas este tipo de proteção em Portugal. Contactada pelo Observador, a Taxify afirmou que garante que as empresas com que trabalha tenham os seguros legais obrigatórios necessários para empresa de frota (Seguro de Responsabilidade Civil e Seguro de Acidentes Pessoais) e de veículo (Seguro e Transporte de Passageiros), algo que a Uber também já faz. Já a Cabify, afirmou que disponibiliza “benefícios aos parceiros e motoristas que operam através da plataforma”, passando por “condições vantajosas para contratações de seguros ou de alugueres de veículos, entre outros”.